Lage: "Quando o presidente sentir que não sou a pessoa ideal, o Benfica só me paga até esse dia"
Treinador do Benfica reconhece que o momento não é bom "dentro e fora do campo" e garantiu que não colocará qualquer entrave a um possível saída do comando técnico da equipa, caso seja essa a solução do presidente Rui Costa. Bruno Lage admite que os adeptos "mereciam muito mais" e que dispensará uma indemnização, caso o líder dos encarnados opte por uma mudança.
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"Os adeptos mereciam muito mais. Mereciam 90 minutos à imagem do que foram os primeiros 30", começou por dizer Lage na conferência de imprensa, antes de ser questionado sobre se a sua posição enquanto técnico está fragilizada no Estádio da Luz. A resposta foi clara.
"Nunca serei um problema para o Benfica, que já me deu tantas alegrias. Quando o presidente sentir que não tem o apoio dos adeptos, que eu sou o responsável por isso, quando o presidente sentir que a minha mensagem não passa aos jogadores, ou que eles não estão comigo, quando ele sentir que não sou a pessoa ideal para o lugar, o Benfica só me paga até esse dia", afirmou, deixando claro que abdicará da indemnização até ao final do contrato.
Ainda antes, na "flash interview", o treinador mostrou-se desiludido com a derrota, por 3-2, após estar a vencer 2-0.
"Não era o resultado que queríamos. Começámos bem o jogo, fizemos 30 minutos muito bons, mas o golo que sofremos penalizou-nos muito. Depois tivemos dificuldade em encontrar-nos, em manter-nos no jogo, e sofremos mais dois golos que nos castigaram bastante", disse o treinador
Bruno Lage falou "numa noite infeliz", mas pediu uma rápida reação por parte da equipa. "Em dois lances em profundidade deixámos um espaço enorme. Tentámos, depois, de forma mais emocional, vencer o jogo, mas são erros que acontecem pelo desgaste de correr para trás e para a frente. A equipa tem de levantar a cabeça, refletir e perceber o momento que estamos a viver, dentro e fora de campo, e responder o mais rápido possível", disse
Entre os jogadores, o capitão Nicolás Otamendi assumiu o peso do resultado e apontou para a responsabilidade coletiva.
"É um resultado que nos obriga a fazer uma autocrítica e perceber onde temos de melhorar. Não é momento de apontar dedos. Vai ser um caminho longo: temos de assumir a responsabilidade, olhar em frente, pedir desculpa às pessoas que compram bilhete e veem apoiar a equipa, mesmo quando as coisas não nos estão a sair bem.
O defesa argentino reconheceu que a equipa tem "Individualmente de melhorar". "Estar a ganhar 2-0 e sofrer um golo de bola parada dói, mas temos de continuar a trabalhar ainda mais. A temporada está a começar e os jogos em casa têm de ser um inferno para os adversários", disse.
Na estreia como titular na Champions, Sudakov reconheceu a frustração, mas também a margem para evoluir.
"Foi difícil, mas temos de levantar a cabeça, fazer uma análise e assumir a responsabilidade. Estávamos a controlar o jogo a ganhar 2-0, mas depois tudo mudou. O adversário não fez muito por isso, mas os momentos de transição foram difíceis. A segunda parte correu mal, temos de reagir, trabalhar e jogar melhor no próximo desafio. Gostei muito de estrear como titular, mas não com este resultado. Sei que tenho de crescer e evoluir."
Também Barrenechea reforçou a exigência da Liga dos Campeões. "Estávamos tranquilos e confiantes, mas na Champions isso não é permitido. A ganhar 2-0 não podemos relaxar nem por um segundo. Amanhã temos de falar e melhorar para o próximo jogo. Dói, mas ainda há muitos jogos pela frente. Temos de continuar a trabalhar."