O Sporting ficou-se pelo nulo em Coimbra e terá dito adeus ao primeiro lugar, no caso de o F.C. Porto ganhar este domingo ao Marítimo.
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A Académica anulou a equipa de Paulo Bento e mereceu amplamente o ponto conquistado.
Só as claques leoninas mostraram espírito de candidatos ao título no jogo de ontem. Para uma equipa que precisava de ganhar para continuar a acreditar em força no primeiro lugar, o Sporting foi demasiado curto em Coimbra. E, desta vez, nem se pode queixar de mais nada, a não ser de uma incapacidade ofensiva que chegou a ser gritante...
A primeira parte foi mal jogada, lenta, sem uma oportunidade de golo digna desse nome. Até ao intervalo, a equipa de Paulo Bento não mostrou andamento para incomodar o guarda-redes da Académica, apesar das habituais correrias de Derlei e da presença, sempre ameaçadora, de Liedson. O quarteto do meio-campo verde e branco, integralmente "made in" Alcochete, esteve desta vez longe de se mostrar à altura das exigências. Neste período, a formação de Coimbra foi até mais consequente nas trocas de bola, embora também não tivesse sido capaz de pôr Rui Patrício à prova. A velocidade de Sougou, regressado à competição depois de cumprir três jogos de castigo, e de Lito até chegou para pôr em sentido os defesas leoninos, mas o certo é que, na ficha de jogo, a única coisa a assinalar foram os cartões amarelos mostrados a Daniel Carriço e a Tonel.
O segundo tempo não podia ser pior do que o primeiro (no que ao Sporting diz respeito, porque a Académica soube sempre o que queria do jogo), e até nem foi, mas a ligeira melhoria de produção leonina não chegou para fazer alterar o marcador. Paulo Bento foi mexendo no tal losango do miolo, sem grandes resultados práticos, e até lançou Ronny para ver se podia resolver a partida numa bola parada (como acontecera, há duas semanas, em Guimarães), enquanto Domingos continuou a assistir a uma exibição de raça da sua equipa, muito combativa no meio-campo e segura a defender. Basta dizer que, ontem, Liedson não teve uma única ocasião para mostrar a habitual eficácia...
A emoção nas áreas chegou na parte final do encontro e só então se vislumbraram possibilidades de se desfazer o nulo. Aos 73 minutos, Derlei teve a grande oportunidade de dar os três pontos ao Sporting, mas Peskovic negou-lhe o golo com uma defesa sensacional. Já nos descontos, foi Sougou a aparecer com espaço na área visitante, na sequência de um lance em que Carriço viu depois o cartão vermelho, mas também Rui Patrício fez questão de provar a sua qualidade, desviando a bola da baliza. O empate, que pareceu quase sempre inevitável, tornou-se realidade logo a seguir, deixando o F. C. Porto com caminho ainda mais aberto para o tetra e o Sporting a pensar, agora quase exclusivamente, em segurar o segundo lugar, sinónimo de presença nas pré-eliminatórias de acesso à Champions. Ontem, não deu provas de poder aspirar a mais do que isso...