Rio Ave, Casa Pia e Chaves disputam no domingo, na última jornada, a subida de divisão.
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Um par de bilhetes com estadia completa para a Liga e um outro com a possibilidade de disputar o play-off vão estar em jogo amanhã, entre Rio Ave, Casa Pia e Chaves. Os três conjuntos têm probabilidades semelhantes de acabar o dia a festejar a promoção ao escalão maior do futebol nacional, e tudo se irá decidir em dois campos, num escaldante duelo entre Rio Ave e Chaves e na batalha do Casa Pia na casa do Leixões, à mesma hora.
O experiente treinador de futebol Carlos Pinto, que tem no currículo mais de 200 jogos na Liga 2 e que já conseguiu, duas vezes, conduzir equipas ao patamar principal, analisou com o JN esta decisiva ronda final, apontando os pontos fortes de cada um dos candidatos, as suas possibilidades de subida, e os jogadores-chave das respetivas equipas.
"São três formações muito competitivas, com excelentes treinadores, que merecem o sucesso. Todas elas têm qualidade comprovada para poderem estar na Liga", comentou o treinador, que apesar de considerar que os dois jogos em questão "serão de tripla pelo desfecho imprevisível", apontou "algum favoritismo ao Rio Ave pelo facto de jogar em casa".
Carlos Pinto também se pronunciou sobre a luta no fundo da tabela, onde Varzim e Sp. Covilhã disputam a vaga no playoff, com os serranos a "só dependerem de si", mas os poveiros "a jogarem em casa com o forte apoio dos seus adeptos".
Rio Ave: Herança sustenta ambição de voltar
Dos três candidatos à subida, os vila-condenses são os que reúnem as condições mais favoráveis para garantirem a subida, não só porque precisam apenas de pontuar neste duelo com o Chaves, como também porque jogam em casa, num estádio já com os cinco mil lugares esgotados.
Na sua análise ao JN, Carlos Pinto lembrou que "a qualidade do plantel do Rio Ave, com vários atletas que ainda na época passada jogavam pelo clube na Liga", e apontou a recuperação da equipa ao longo da Liga 2 como um fator a ter em conta. "Entram muito fortes na época, e apesar de terem tido uma quebra, pela dureza deste campeonato, que alguns jogadores não estavam habituados, acabaram por mostrar talento e qualidade para estar nesta luta", notou.
O melhor: Plantel com várias soluções e jogadores de qualidade a cima da média que podem decidir jogos num rasgo individual.
Figura: Guga, médio de 24 anos. Forte nos duelos, exímio a construir jogo e boa capacidade de remate.
Chaves: Estabilidade e paixão são trunfos
Arredada do convívio dos grandes desde 2019, a equipa transmontana entra para esta última jornada também a depender apenas de si para subir de divisão, precisando de vencer na casa do Rio Ave para atingir o objetivo assumido.
Carlos Pinto, que reconhece ter uma ligação afetiva ao Chaves por já ter treinado o clube, por duas vezes, apontou ao JN "a massa adepta muito apaixonada e presente" como um dos trunfos dos transmontanos ao longo da época, mas nota, também, qualidade no plano técnico e tático. "Tem um sistema e uma ideia de jogo parecido com o Casa Pia, fazendo da transição a sua arma mais forte", analisou o técnico, lembrando que "a estabilidade e ambição no clube" foram mais valias para a prestação da equipa.
O melhor: A regularidade e a capacidade ofensiva, com o segundo melhor ataque da prova (54 golos), foram os grandes trunfos.
Figura: Alexsandro, defesa central de 22 anos. Capacidade de antecipação, forte no jogo aéreo e boa agressividade.
Casa Pia: Em busca de um feito com 83 anos
O Casa Pia parte para esta última jornada com possibilidade de fazer história, repetindo a única presença do clube no escalão maior do futebol nacional, que aconteceu há 83 anos. Para atingir esse feito o emblema lisboeta depende apenas da sua vitória no duelo com o tranquilo Leixões.
Carlos Pinto considera que "a tarefa do Casa Pia não é fácil, porque jogar no Estádio do Mar é complicado para qualquer equipa", mas aponta que o conjunto de Lisboa tem, na sua opinião, o melhor jogador da Liga 2: Saviour Godwin."É um atleta com uma qualidade tremenda, fundamental para a transição rápida que a equipa faz muito bem", analisou o técnico, lembrando "a estabilidade da liderança do treinador Filipe Martins pelo segundo ano".
O melhor: Solidez defensiva, com o melhor registo do campeonato (21 golos) sofridos], e exímia capacidade de contra-ataque.
Figura: Saviour Godwin, avançado de 25 anos. Veloz, forte fisicamente, com recorte técnico e boa apetência a finalizar.