Liverpool e Manchester United defrontam-se em Anfield, numa altura em que mostram abertura para mudar de rumo.
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É muito possível que amanhã, enquanto "reds" e "red devils" acrescentam mais um capítulo a uma rivalidade que começou por razões sociais, há vários séculos, acentuou-se por altura da Revolução Industrial e atingiu o auge por questões desportivas, esse jogo seja a menor das preocupações dos respetivos proprietários.
Enquanto jogadores e treinadores se concentram em ganhar jogos e em defender as histórias tão colossais dos dois gigantes, eles estão mais virados para aspetos extra-futebol, a analisar, a estudar e a preparar o futuro dos dois clubes. Com ou sem eles. Liverpool e Manchester United estão à venda, total ou parcialmente, e em que mãos vão cair é, nesta altura, tão ou mais importante do que mais uma vitória no clássico.
Ainda assim, mais do que em Anfield, o palco do próximo confronto (16.30 horas), é em Old Trafford que a perspetiva de mudança é mais debatida, por ser tão esperada e desejada. Verem-se livres da família Glazer e colocar um ponto final definitivo numa liderança e numa gestão caóticas, problemáticas e desportivamente desastrosas tem vindo a transformar-se numa prioridade para os adeptos do clube e nem a melhoria verificada desde a chegada de Erik ten Hag e o regresso às títulos, seis anos depois, fez com que mudassem de ideias.
Desde que a disposição dos Glazer em abrir mão de parte ou da totalidade do Manchester United foi tornada pública, foram apontados vários potenciais compradores, desde Elon Musk a Lewis Hamilton, mas, para já, foram o catari Bin Hamad Al Thani e o inglês Jim Ratcliffe, o homem mais rico de Inglaterra, quem formalizaram propostas: qualquer coisa como 4,5 bilhões de euros. Os Glazer querem seis bilhões. Não que essa diferença seja um grande problema para os interessados, mas o impasse existe....
A dimensão do investimento necessário para ser parte ativa no Liverpool não se prevê tão escandalosa, até porque a ideia da Fenway Sports Group - americana, tal como os Glazer -, que, em 2010, pagou 300 milhões de euros para se tornar proprietária dos "reds", é manter o controlo do clube, cedendo apenas parte das ações a outros endinheirados capazes de trazer mais dinheiro, mais inovação e melhores perspectivas de crescimento para Anfield, numa altura em Jurgen Klopp já não parece tão intocável e o projeto desportivo dá sinais de estagnação, ao mesmo tempo que clubes como Newcastle e Chelsea passaram a dispôr de meios financeiros para, pelo menos, colocar em sentido a concorrência.
Em Anfield e em Old Trafford não querem ficar para trás.