Português comanda a equipa-sensação da segunda divisão francesa e aspira a ser o primeiro a conduzi-la até à Ligue 1.
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Não fosse uma batalha marcante na Segunda Guerra Mundial e Dunquerque passaria perfeitamente por uma remota cidade costeira, como tantas outras, praticamente desconhecida, sem nada a diferenciá-la. No futebol, então, essa obscuridade era ainda mais substancial, com um clube que nunca foi visto a competir na elite do futebol francês. O USL Dunkerque bateu no fundo em 2011, quando fez pela vida no quinto escalão, e raras foram as ocasiões em que alimentou legítimas aspirações em ascender à Ligue 1. O que por lá se passa atualmente é, por isso mesmo, bem capaz de ser um dos pontos mais altos da história do clube, com um treinador português a transfigurar um habitual coitadinho.
Se tudo correr normalmente, Luís Castro comandará o Dunkerque até junho de 2027. E se nada de extraordinário acontecer será ele o primeiro a levar o clube ao topo. Isto depois de ter sido contratado no decorrer da época passada com os “Les Maritimes” no antepenúltimo lugar da Ligue 2. Perdeu os primeiros quatro jogos, mas a brilhante segunda metade do campeonato valeu-lhes a permanência. Por esta altura, já o Dunkerque era propriedade de um investidor turco e estava no meio de uma revolução levada a cabo por Demba Ba, tornado diretor geral do clube depois de uma carreira significativa como futebolista. Em entrevista à revista So Foot, explicou que aceitou o desafio pela oportunidade de “construir um projeto de raiz, poder inovar e desenvolver coisas”. Houve melhorias em todos os departamentos e o percurso de Luís Castro maioritariamente ligado à formação – conquistou a Youth League pelo Benfica – e com passagens por variados contextos (Arábia Saudita, Grécia e Hungria, para além de Portugal) fez dele a pessoa certa para liderar o projeto no relvado.