F. C. Porto sofreu, teve as melhores chances e sai de Milão com a certeza que o caminho dos quartos continua bem aberto.
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O Estádio Giuseppe Meazza foi um verdadeiro vulcão de emoções na primeira mão dos oitavos de final da Champions. Inter e F. C. Porto protagonizaram um duelo intenso, quente e cheio de emoção que parecia destinado a um empate até que o excesso de vontade de Otávio e a inteligência de Çalhanoglu resultaram no segundo cartão amarelo ao internacional português e inclinaram o campo para o lado transalpino, com o derradeiro castigo a surgir pelo pé de Romelu Lukaku. O campeão português saiu de San Siro derrotado, mas muito longe de se encontrar encostado às cordas na eliminatória, já que mostrou coração e futebol mais do que suficientes para dar a volta na segunda mão.
Depois de muitos dias de incerteza, Uribe, Otávio e Galeno tiveram luz verde para ir a jogo e se é verdade que se notou alguma falta de ritmo do trio nos minutos iniciais, o calor do encontro fez esquecer o risco de novas lesões, no que acaba por ser um exemplo daquilo que foi a partida. O Inter dominou quase por completo os primeiros 20 minutos, com Diogo Costa a negar o golo a Çalhanoglu e Lautaro Martínez a desperdiçar de cabeça, mas quando acordou o F. C. Porto acordou a sério. Um grande passe de Otávio e um calcanhar não menos brilhante de Taremi ofereceram o golo a Grujic, mas Onana defendeu e Galeno, na recarga, cabeceou ao lado. A claque do Inter calava-se pela primeira vez em 37 minutos e os 70 mil adeptos transalpinos só não festejaram em cima do intervalo porque Diogo Costa fez uma defesa impossível após desvio de cabeça de Bastoni.
A segunda parte, essa, foi completamente diferente. A classe de Pepê isolou Taremi e o iraniano rematou de primeira para uma defesa atenta de Onana. Apenas dois minutos depois, o guarda-redes mostrou reflexos felinos para negar o golo a Zaidu e, no instante seguinte, a Taremi. A equipa de Sérgio Conceição estava claramente mais confortável no duelo, com Otávio e Taremi a combinarem para o desvio ao lado do avançado persa. Foi uma espécie de canto do cisne do dragão, porque, aos 78 minutos, surgiu o tal lance em que Otávio derrubou Çalhanoglu e foi expulso, depois de uma discussão com um adversário lhe ter valido o primeiro cartão aos 42 minutos.
Com vantagem numérica, o Inter apertou, claro, e no eterno jogo entre a sorte e o azar, Lukaku saiu a sorrir. O cabeceamento do belga foi ao poste da baliza de Diogo Costa, mas o ressalto sobrou direitinho para o ponta de lança que, de pé direito, sentenciou o jogo, mas não a eliminatória. A 14 de março, caberá ao F. C. Porto fazer tudo por tudo para manter vivo o sonho milionário.
Mais
Diogo Costa foi gigante em Milão e bem acompanhado por Zaidu, Marcano e Taremi. Lukaku entrou com tudo no Inter.
Menos
Grujic e Galeno estiveram longe do melhor. Dzeko foi titular no Inter, mas só se viu... a discutir com o colega Onana.
Árbitro
O árbitro foi assertivo nos amarelos a Otávio, mas poupou Lautaro que estaria em risco para a segunda mão.