Este sábado (15.30 horas) há duelo marcado entre os rivais de Manchester. United procura lavar a face.
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A época é 1998/99 e precisamente por estes dias de maio, a cidade de Manchester nunca esteve tão afastada futebolisticamente falando. Enquanto o United preparava a final da Liga dos Campeões, que viria a ganhar, consumando um então inexistente “triplete”, já a esperança do City era vencer a final do playoff e sair do mapa do...…terceiro escalão, algo que consegue. Nos anos que se seguiram, os “red devils” continuaram a somar títulos, incluindo outra Liga dos Campeões, enquanto os “cityzens” ainda penaram na segunda divisão, antes de lá se consolidarem na Premier League. Então, falar de rivalidade quase dava vontade de rir: para o United, o City não era mais do que “um vizinho barulhento”, como resumiu Sir Alex Ferguson. Agora, o cenário não é assim tão diferente; só os papéis é que se inverteram.
Esta tarde (15h30), os dois colossos de Manchester enfrentam-se na final da Taça de Inglaterra no fecho de mais uma temporada ganhadora para o City e desoladora para o United, com 31 pontos a separarem-nos na Premier League. Se a insaciável equipa de Pep Guardiola festejou o quarto título seguido, alcançando um “tetra” inédito, a de Erik ten Hag não foi além de um oitavo lugar, a pior classificação do clube desde há 35 anos, superando o já impensável sétimo lugar de 2013/14, e que coloca em sério risco a presença do Manchester United nas competições europeias da próxima época, precisamente 10 anos depois da última ausência. Se acontecer, será apenas a segunda vez desde 1990, o que só pode ser evitado ganhando a FA Cup.
O poço onde os “red devils” caíram parece não ter fundo e não se pode dizer que seja por falta de dinheiro, o tal fator com que tantos se empenham em justificar o sucesso recente do Manchester City. Desde 2016, ano da chegada de Guardiola a Inglaterra, o United investiu 1,37 mil milhões de euros em contratações, menos 130 milhões do que o vizinho, segundo o site “Transfermarkt”. Apesar de todo esse balúrdio gasto em jogadores, a que terminou foi a edição da Premier League em que o clube teve mais derrotas (14) e sofreu mais golos (58).
Esta temporada já não tem salvação possível - daí o cancelamento do habitual jantar de final de época que serve para atribuir prémios e condecorações -, porém também não está tudo perdido. Em Wembley, o Manchester United, que também atravessa uma transição diretiva em busca de uma solução para uma crise que não parece ter fim, tem um Evereste para escalar, mas se for bem sucedido, pelo menos, salva a honra.