O ator Marco Costa, adepto do Sporting, considera que foi mais um ano "escandaloso" em termos de arbitragens.
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Para o ano é que é?
(risos) Estou um bocado farto de levar com as piadas dos benfiquistas, a dizerem que para o ano o Benfica vai ser penta e o Sporting vai ser "tenta". Agora, se é para o ano... Eu já digo isso há vários anos. Mas se ser adepto do Sporting fosse fácil, se calhar não o era. Tenho sempre fé.
O que falhou na última época?
A meio da época diria que foi a teimosia do treinador. Agora, já não sei se foi da Direção, se houve falha de comunicação. Se calhar também houve falta de empenho de alguns jogadores. Depois, quando fomos à Luz, podíamos ter saído de lá em primeiro e acabámos por ficar a cinco pontos, num jogo marcado por alguns casos. Isso também desmoralizou.
Em que é que o treinador foi teimoso?
O Jesus tinha e tem os escolhidos dele. Sempre foi de ideias fixas. No Benfica perdeu alguns campeonatos por causa disso e no Sporting a história repetiu-se. Não aposta muito na formação. E depois houve o caso do Alan Ruiz, por exemplo. Mostrou que tinha grandes pés e ele continuou a insistir no Bryan. Enquanto o Markovic não foi embora, não apostou nele.
Jorge Jesus e Bruno de Carvalho são os homens certos para devolver o Sporting às vitórias?
O Bruno de Carvalho trouxe sangue novo. Mostrou que aquela história de os adeptos do Sporting serem todos de sangue azul não era verdade. É claro que tem muito a aprender como presidente, mas tem feito um excelente trabalho. Construiu um pavilhão, devolveu o Sporting às provas europeias, ganhou uma Taça de Portugal, contratou um treinador campeão e conseguiu as maiores vendas de sempre. Quanto ao Jesus... nunca fui adepto. Tem o seu mérito, mas há pontos que não aprecio nele. Enquanto for treinador do Sporting, há de ter o meu apoio incondicional. Mas não é o meu treinador de eleição.
Se o desafiassem a contracenar com os dois, aceitava?
Aceitava. Acho que iria ser uma grande paródia e um exercício divertidíssimo para mim enquanto ator. Com o Jesus, o maior desafio seria fazer com que ele falasse um português de Portugal. Com o Bruno de Carvalho, fazer com que ele fosse apenas presidente e não adepto.
Qual foi o maior golpe de teatro da época?
Houve dois. Um foi aquele patinho feio que vinha do Wolfsburgo [Bas Dost], um Slimani em fase embrionária, que de repente revela uma veia goleadora e é o segundo melhor marcador da Europa. O outro foi o Benfica ser campeão. Houve muito teatro no título do Benfica, em termos de arbitragens. Foi mais um ano escandaloso.
Enquanto adepto, como vê esta recente polémica dos emails, que já levou o DIAP a abrir inquérito por alegada corrupção?
Entristece-me porque desvirtua a verdade desportiva. Mas não deixa de ser irónico que isso tenha saído do F. C. Porto, que também tem o seu historial. Enquanto estiveram lá em cima, andaram sempre caladinhos.