Martín Anselmi e o novo F. C. Porto: “Competitividade, intensidade e força já temos”
O treinador do F. C. Porto, Martín Anselmi, estreia-se no Dragão, esta sexta-feira (20.15 horas) e logo com direito a um clássico frente ao líder do campeonato, o Sporting. “Tenho muita emoção por estar, pela primeira vez, no nosso estádio”.
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O momento é especial e o técnico argentino não escondeu isso mesmo na antevisão da partida com os leões. “Quando queremos ser treinadores, preparámo-nos para este tipo de jogos, de cenários. Tenho muita emoção, por estar pela primeira vez no nosso estádio, com a nossa gente e espero fazer um grande jogo para conseguir o mais importante. Com muita alegria e emoção”, referiu.
Depois de ter alcançado uma vitória frente ao Maccabi Telaviv, na Liga Europa, Anselmi estreou-se no campeonato português com um empate (2-2) em Vila do Conde, frente ao Rio Ave, num duelo marcado pelos erros defensivos dos azuis e brancos. O tempo para trabalhar, esse, é pouco.
“Uma coisa é competitividade, intensidade e isso existiu e julgo que vai existir amanhã. Com apenas oito sessões de treino, temos de dar informação pontual para que o jogador evolua melhor em campo. É sempre mais fácil destruir que construir e, por isso, é mais fácil trabalhar a defesa, mas os erros acontecem. Depois da Liga Europa, teremos a primeira semana longa e isso vai ajudar a trabalhar. Competitividade, intensidade e força já temos e isso viu-se no jogo anterior”, destacou.
O F. C. Porto chega ao clássico a oito pontos da liderança e um triunfo é essencial para manter a equipa ligada na luta pelo título, mas o técnico realça que não adianta olhar para o passado e lamentar os pontos perdidos.
“Vamos pensar no que podemos e não controlar. Não podemos fazer futurologia, só nos podemos prepara para dar o máximo no jogo. Não controlo o vento, as decisões do árbitro, como dormiu o rival nesse dia, e o único que posso controlar é o que se passa dentro de campo. O que está de fora, está fora, não se controla”, refletiu.
Os três centrais e Gyokeres
O treinador argentino já utilizou uma linha com três centrais frente ao Rio Ave depois de, na Liga Europa, ter sido o médio Eustaquio a desempenhar uma função mais recuada e, esta quinta-feira, deixou claro que essa opção se mantém em cima da mesa.
“Cada jogo tem um contexto diferente. Podemos jogar com um médio ou um central naquela posição, estamos a trabalhar há pouco tempo e vamos descobrindo o que nos pode dar cada jogador e como funcionam melhor. Em alguns jogos poderemos necessitar de alguém com mais características de médio e noutros um central. No Cruz Azul experimentámos as duas formas, mas também podemos jogar com uma linha de quatro. Não me quero fixar num único sistema”, prometeu.
Tudo indica que o Sporting já vai poder contar com Gyokeres, depois de o sueco ter falhado os dois últimos jogos, mas Anselmi não se pode preocupar apenas com o melhor marcador do campeonato.
“Não podemos controlar o onze do rival, temos de nos preparar para qualquer onze e qualquer momento de substituição. Todos conhecem a qualidade de Gyokeres, com algumas características diferentes do Harder. O central que o marcar tem de se preparar e, a nível coletivo, não podemos centrar o plano defensivo num jogador e sim em relação a todo o Sporting”, realçou.
O F. C. Porto perdeu Galeno e Nico González no mercado de inverno, tendo contratado William Gomes e Tomás Pérez e o treinador foi pragmático quando questionado se estava satisfeito com o plantel que tem para atacar o resto da época.
“Se falta alguma peça ou não, agora não adianta pensar nisso, que o mercado está fechado. Estou satisfeito com o que tenho, é um plantel jovem e no verão poderemos reforçar um ou outro setor. Sofremos algumas baixas importantes, não encontrámos jogadores com as características de um que saiu”, recordou, referindo-se a Nico, antes de abordar as características de William Gomes e Tomás Pérez.
“William já está apto para ser convocado, ao Tomás ainda falta certificado, mas deve chegar durante o dia. O William é um jogador muito rápido, de um contra um, é canhoto e joga na esquerda, algo que hoje em dia já não é muito comum. O Tomás pode jogar como líbero, como número 6, é um miúdo muito esperto, percebe bem o jogo e sabe bem o que quer”, referiu.