Mark McMorris esteve às portas da morte e agora é um medalhado olímpico. Tudo no espaço de apenas 11 meses.
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Março de 2017: Mark McMorris espatifa-se contra uma árvore e só a sorte, que também é bem precisa, o segura entre os vivos. Fevereiro de 2018: o mesmo McMorris conquista uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Inverno. Entre um e outro facto, debelou uma fratura da mandíbula, recuperou de uma rutura no baço, resistiu a uma hemorragia interna e a um pulmão perfurado e nem as costelas partidas o deitaram abaixo. Pensava-se que seria o fim, mas foi só o início de uma história gloriosa.
Onze meses dão para muita coisa, mas nem nos melhores sonhos Mark McMorris imaginou uma volta tão grande. "Estava convencido de que ia morrer", chegou a escrever nas redes sociais, já o acidente que quase lhe roubou a vida era uma má recordação. Ele, um praticante de snowboard, e se calhar todos os que o auxiliaram naquele dia em que, nas montanhas Whistler, calculou mal o salto e só parou no chão, fisicamente desfeito. Chegou de helicóptero ao hospital de Vancouver, com um prognóstico demasiado reservado.
Aos 24 anos, Mark tinha o futuro em suspenso, se é que tinha algum. A vida, claro, mas também a carreira. E com quase tanta rapidez com que se fez à morte, também não demorou a reerguer-se. Os médicos, otimistas, estimaram-lhe um mês de recuperação, só que dez dias depois já o atleta canadiano estava em casa, a tratar da reabilitação total, agarrado às poucas esperanças que lhe deram de a carreira não terminar já ali. E também aqui foi bem-sucedido em contrariar o que lhe vaticinaram.
Seis meses depois do episódio traumático, Mark McMorris voltou a competir. Em novembro do ano passado, foi a Pequim (China) vencer o "Big Air World Cup" e em janeiro último só acabou os "Winter X Games" no pódio. Muita coisa? Talvez. Mas o melhor estava reservado para PyeongChang, na Coreia do Sul. Foi lá, nos Jogos Olímpicos de Inverno, que aquele que há menos de um ano estava sem conserto, entubado, numa cama de hospital, coroou o renascimento e fez, definitivamente, as pazes com a vida. Com a medalha de bronze ao peito, símbolo maior de mais do que de uma mera vitória desportiva.
Ou como escreveu a conta oficial da competição no Twitter: "Nada é impossível".