Dar a volta a uma desvantagem de 0-2 seria inédito para o F. C. Porto. Chelsea favorito, mas o treinador Tuchel já caiu em situação idêntica.
Corpo do artigo
Menos de uma semana depois, o F. C. Porto está de novo em Sevilha para tentar aquela que seria uma improvável e sensacional reviravolta nestes quartos de final com o Chelsea. Numa eliminatória sem fator casa, devido às intermináveis restrições impostas pela pandemia, os dragões voltam ao Sánchez Pizjuán para jogarem desta vez na condição de "visitantes", sabendo que só poderão seguir em frente na Champions se conseguirem vencer a equipa inglesa por dois golos de diferença, desde que marquem no mínimo três.
A história do clube da Invicta e da própria competição dizem que se trata de uma missão pouco menos do que impossível. A jogar a segunda mão fora ou em casa, nunca a equipa portista logrou nas provas europeias dar a volta a um resultado de 0-2, ainda que agora estejamos a falar de dois jogos em campo neutro (e no mesmo estádio), uma situação inaudita.
Na Champions, só por uma vez aconteceu uma "remontada" igual à que o F. C. Porto almeja, protagonizada pelo Manchester United, que em 2018/19 foi ao Parque dos Príncipes bater o PSG, por 3-1, depois de os parisienses terem ganho em Old Trafford (0-2). Curiosamente, o treinador derrotado nessa eliminatória era o mesmo Thomas Tuchel que hoje tentará levar o Chelsea às meias-finais, algo que os "blues" não conseguem desde 2014.
Mas se há algo em que se queiram inspirar, então os dragões podem recordar-se de duas das campanhas que terminaram com glória europeia azul e branca. Em 1987, o F. C. Porto virou na segunda mão uma das eliminatórias a caminho da final da Taça dos Campeões, em Viena (3-0 nas Antas ao Viktovice, depois do 0-1 na antiga Checoslováquia), e em 2003, rumo à final da Taça UEFA, foi à Grécia vencer o Panathinaikos (2-0, no prolongamento, após o 0-1 em casa).
Os tempos agora são outros, o adversário também é de um patamar superior e é óbvio para toda a gente que só uma noite perfeita pode fazer os portistas sonhar. Para além da boa exibição realizada na primeira mão, tramada por erros individuais nos golos do Chelsea, a equipa de Sérgio Conceição pode apoiar-se e ganhar força com os regressos ao onze de Sérgio Oliveira e Taremi, ambos castigados na primeira mão. O cenário de toalha ao chão não se coloca, pelo que não haverá poupanças para o jogo de sábado na Choupana, mesmo que o objetivo de revalidar o título nacional tenha ganho algum fôlego nos últimos dias.
13563034