Aí estão os três dias mais rápidos do desporto nacional. O Rali de Portugal está na estrada de 11 a 14 de maio, com a 56.ª edição do evento a trazer duas grandes novidades - a superespecial da Figueira da Foz, que regressa ao mapa quase 30 anos depois, o troço de Paredes -, e uma das maiores listas de inscritos (87 pilotos) do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) que, após a prova lusa, vai ter um novo líder da classificação.
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Coimbra volta a receber, esta quinta-feira, a partida simbólica, mas as rotações só sobem a sério a partir de sexta, com os habituais troços do centro do país, antes da já referida superespecial da Figueira da Foz. O arranque do fim de semana leva carros e pilotos até Vieira do Minho, Amarante e Felgueiras, especiais que prometem fazer a diferença antes da sempre espetacular superespecial de Lousada.
A manhã de domingo estreia a classificativa de Paredes - usada, também, no shakedown -, Fafe, Cabeceiras de Basto e a "power stage" em Fafe, com os míticos saltos a marcarem os derradeiros metros de competição. A luta promete ser ao segundo, tendo em conta o equilíbrio que marcou as quatro primeiras provas do WRC.
Apesar de estar a fazer o Mundial em "part-time", Sébastien Ogier é o líder, mas o francês não vai correr em Portugal e o topo vai mudar de mãos. Elfyn Evans (69 pontos, os mesmos de Ogier, que venceu em Monte Carlo e no México), Kalle Rovanpera (68), Ott Tanak (65) e Thierry Neuville (58) estão prontos a levantar pó no Rali de Portugal de 2023 e tomar de assalto a liderança do Campeonato do Mundo.
As etapas
1 - Depois de ter feito parte do percurso habitual do Rali de Portugal durante muito tempo e de ter estado afastada das emoções das quatro rodas desde 1996, a Figueira da Foz volta a integrar o maior evento desportivo nacional. A superespecial não será determinante em termos desportivos - são apenas 2,28 quilómetros ao cronómetro -, mas promete receber um mar de adeptos no final da primeira etapa. As duplas passagens por Lousã, Góis e Arganil farão, seguramente, diferenças entre os pilotos.
2 - O segundo dia começa com a primeira passagem pela sempre importante classificativa de Vieira do Minho (foto), antes de carros e pilotos enfrentarem a mais longa prova especial de classificação deste rali: os 37,2 quilómetros de Amarante podem fazer muitas diferenças de tempo, seguindo-se Felgueiras. Os três troços são repetidos durante a tarde - o estado do piso muda entre passagens e pode ser importante - e o dia fecha com as emoções da superespecial de Lousada, na pista de Costilha.
3 - A última etapa do Rali de Portugal 2023 tem direito a uma grande novidade. A classificativa de Paredes estreia-se na prova, utilizando parte do percurso que os pilotos fazem no shakedown (treino). Serão 15 quilómetros a fundo antes de as máquinas rumarem a Fafe e a Cabeceiras de Basto. Como sempre, a segunda passagem por Fafe (foto) conta como Power Stage (dá pontos extra aos mais rápidos) e promete levar milhares de adeptos às zonas mais icónicas, como o salto da Pedra Sentada.
Factos e números
329 Quilómetros cronometrados. Será esta a distância que vai fazer a diferença entre pilotos, já que do total dos 1636,25 quilómetros previstos, 329 contarão para a classificação. Como é habitual, Amarante recebe a maior especial do Rali de Portugal, com 37,24 kms que costumam ser importantes na decisão da prova.
2025 Durante a apresentação da edição de 2023, o presidente do Automóvel Club de Portugal, que organiza a prova, adiantou que o Rali de Portugal se deve manter no calendário do Mundial, no mínimo, mais dois anos. A assinatura do contrato está para breve.
87 equipas. É uma das maiores listas de participantes dos ralis que fazem parte do Campeonato do Mundo. Estão inscritas 87 equipas no Rali de Portugal 2023, abaixo dos 100 que participaram em 2022.
8 carros Rally 1. São oito as equipas que disputam a principal categoria e que se apresentam como os grandes candidatos ao triunfo no Rali de Portugal: Thierry Neuville, Kalle Rovanpera, Ott Tanak, Elfyn Evans, Dani Sordo, Esapekka Lappi, Takamoto Katsuta e Pierre-Louis Loubet são os pilotos.
51 portugueses. Das 87 equipas, a grande maioria (51) serão 100% portugueses. Hugo Magalhães será o navegador de Robert Virvers.
Palco em Coimbra
A cidade dos estudantes desistiu de organizar a superespecial - será realizada na Figueira da Foz -, mas recebe, no dia 11, a partida simbólica (20.30 horas) e uma sessão de autógrafos (18h).
Em busca do bis
Kalle Rovanpera (2022), Elfyn Evans (2021), Ott Tanak (2019), Thierry Neuville (2018), Kris Meeke (2016) e Armindo Araújo (2006, 2004 e 2003, quando a prova não era do WRC) já venceram o Rali de Portugal.