Ermesinde 1936 celebra terceiro campeonato em quatro anos de vida e vê o imbróglio do recinto ser finalmente resolvido, fazendo de 2017 um ano perfeito. Clube pretende estabilizar na Elite, antes de tentar atacar a subida aos Nacionais.
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Três títulos conquistados e presença numa final da Taça Distrital em quatro anos de existência. Eis o belo registo do Ermesinde 1936, emblema que no verão de 2013 deu lugar ao extinto Ermesinde SC.
Um novo clube mas com uma paixão muito antiga, que vem alimentando um bebé com genes de campeão. Isso mesmo ficou demonstrado na presente temporada, em que o treinador Jorge Lopes, motorista de profissão, conduziu a equipa à glória na Divisão de Honra, com a conquista do troféu de campeão a ser assegurada na derradeira jornada da prova.
Enquanto a polémica sobre os terrenos do Estádio de Sonhos foi subindo de tom, o Ermesinde 1936 não parou de somar vitórias dentro de campo. "Temos feito um trajeto incrível. Começámos do zero e com muitas dificuldades. Tínhamos previsto, na melhor das hipóteses, estar dois anos em cada divisão, mas conseguimos fazer com que os resultados andassem mais rápido do que a própria estrutura", faz notar, "orgulhoso", Jorge Lopes, treinador e figura carismática do Ermesinde 1936. "Tenho recebido convites, mas a minha prioridade é ouvir sempre as pessoas do Ermesinde. Só depois disso tomarei decisões", explica, determinado.
"Apesar das dificuldades estruturais e de a Direção não nos ter criado pressão para esse objetivo, assumimos a candidatura à subida desde o início. Foi um campeonato muito difícil, que só se decidiu na última jornada. O Infesta [segundo classificado] tinha a melhor equipa, mas a alma e coração que demonstrámos, e o incansável apoio dos adeptos que sempre nos empurraram para as vitórias, fizeram a diferença a nosso favor", realça Jorge Lopes, avisando, desde logo, que a próxima época irá trazer maiores dificuldades ao clube.
"A Divisão d'Elite precisa de outro tipo de suporte. É preciso inverter o processo, ou seja, criar estruturas para depois se pensar em outros voos. O Ermesinde tem condições para chegar aos Nacionais, mas precisa, primeiramente, de estabilizar na Elite", conclui, Jorge Lopes.
"Estamos a ter um ano de sonho"
Jorge Costa é um presidente "radiante" com o percurso do Ermesinde 1936. O dirigente, de 50 anos, desfaz-se em elogios à equipa orientada por Jorge Lopes e considera que o ano de 2017 jamais se apagará da história do clube. "Além da brilhante subida à Divisão d"Elite, campeonato que se adequa com a nossa realidade, temos o problema do Estádio de Sonhos resolvido. Serão feitas obras de melhoramentos pela Câmara [Municipal de Valongo] e a colocação de um sintético será vital para o crescimento do clube, a todos os níveis. Estamos a ter um ano de sonho", diz, com um brilho no olhar, Jorge Costa, reconhecendo que, a partir de agora, será muito complicado manter o hábito de festejar subidas de divisão.
"O objetivo passa por estabilizar na Elite. Neste momento, não podemos ambicionar com algo mais do que isso", justifica.