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De um lado para o outro, com um semblante preocupado, de cabeça para baixo confiscando cada ponta do relvado e batendo com o pé no chão como que testando a resistência da relva da Arena de Munique. Não, não é o jardineiro que trata do relvado do estádio do Bayern nem um membro da UEFA que está a conferir, a poucas horas do jogo, qual o estado do tapete verde que há três dias tinha recebido a final da Liga dos Campeões. É o próprio selecionador da Alemanha, Julian Nagelsmann, que, poucos minutos antes do início da conferência de imprensa, sobe ao relvado para espreitar cada canto do campo que estava danificado. Estava, já não está.
O trabalho dos tratadores de relva da casa do palco do jogo entre Alemanha e Portugal foi notável - nem parecia que, poucos dias antes, alguns pedações de relva tinham sido arrancados por adeptos do Paris Saint-Germain para levarem para casa como recordação pela conquista da primeira Champions do clube. Naquelas zonas que estavam mesmo más, em que se via mais terra do que relva, nota-se, de facto, os remendos devido à tonalidade do verde, mas o relvado parece imaculado, como é apanágio da Arena de Munique. Nagelsmann até sorri e levanta o polegar quando verifica que junto à linha de fundo, perto de uma das balizas, o relvado está tão perfeito que ninguém diria que houve por ali uma invasão massiva de campo. Na verdade, o bom estado da relva é uma condição indispensável para o estilo de jogo de cada um dos treinadores. "São duas equipas de posse de bola" - foi uma frase reproduzida por ambos os selecionadores na antecipação do duelo de mais logo à noite.