Clubes italianos procuram reinventar-se e redefinir investimentos para fazer face a um buraco de 3,2 mil milhões.
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A Série A continua a sobreviver a uma sobrecarga de dívidas, que ascendiam a 3,2 mil milhões de euros, a 30 de junho de 2023, segundo um relatório de “La Gazzetta dello Sport”. Este cenário tem obrigado os clubes a enfrentar desafios contínuos para se manterem competitivos com outras as ligas. Entre os três maiores clubes italianos, a Juventus deverá fechar o exercício de 2023/24 com um prejuízo de 200 milhões de euros e já vai na terceira recapitalização em quatro anos. Estas circunstâncias levaram a “vecchia signora” a redefinir a sua estratégia a vários níveis e a apostar em jovens com potencial para tentar encaixar mais-valias em transferências futuras.
O Inter está numa fase de recuperação financeira mais adiantada, segundo notícias que circularam na Imprensa italiana estima-se que as perdas se situem perto dos 50 milhões de euros em 23/2024. Mas o que foi realmente decisivo para os campeões italianos foi a entrada da Oaktree Capital Management para o lugar da Suning.
O Milan vive uma fase de maior flexibilidade financeira e apresentou lucros pelo segundo exercício consecutivo, graças à gestão conjunta dos americanos da Elliott da RedBird.
Apesar dos esforços que têm sido feitos, os clubes da Série A continuam a cavar o buraco financeiro e no final de 2022/23 apresentaram um défice de 427 milhões de euros.
No reverso da medalha, mantém-se a tradicional paixão dos italianos pelo futebol confirmada pelos últimos estudos de audiências da Sponsor Value, conduzidos pela StageUp e Ipsos. Os números apontam para uma audiência a rondar os 30 milhões de adeptos. Os telespectadores “regulares” e “bastante regulares” representam 72% da audiência total. Em 2018/19, os cinco maiores clubes italianos (Juventus, Milan, Inter, Roma e Nápoles) representavam 88% dos adeptos do campeonato italiano, mas no final de 2023/24, a quota dos cinco primeiros baixou para os 80%, números que se refletiram num maior apoio aos clubes médios e pequenos da Série A, com crescimento significativo em emblemas como Bolonha, Atalanta e Fiorentina. Segundo o mesmo estudo de audiências, estes aumentos coincidem com uma maior competitividade interna e nas competições europeias, destes três clubes.
Uma via que pode ajudar a puxar a Série A para cima será o aproveitamento do impulso da globalização e do interesse cada vez mais significativo que vem gerando o futebol italiano fora de portas.