O avançado Paulinho esteve presente no podcast "ADN de Leão" numa conversa descontraída e bem humorada. O atleta recordou o primeiro treino na Academia, a lesão de "bailarina", o "meínho da Champions" e ainda faz revelações sobre alguns colegas de equipa.
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Outras paixões: "Adoro modalidades. Às vezes vou ver jogos do hóquei, do andebol. O que me agrada mais é o hóquei".
Lesão: "Num treino de bolas paradas. Lesionei-me, fui para casa, depois fiz exames e tinha lesão de 'bailarina'".
Aponta para a cabeça quando marca: "A grande diferença nos jogadores de hoje em dia é a mentalidade. Já não é só o talento, qualidade técnica ou tática. Por isso aponto para a cabeça".
Críticas: "O nosso trabalho é filmado, é criticado. Temos o trolha, o advogado, o professor de história... Toda a gente opina. Todos nos controlam os movimentos".
Três golos pelo Sporting: "Tenho o do título e já não é mau. Três golos é lamentável. Daqui a uns anos vai passar aquele momento e ninguém se vai lembrar que fraquinho que ele estava".
Apoio dos adeptos: "Quando chegámos ao Rio Ave, em Braga, na Academia, no estádio é uma loucura. E quando fomos campeões? É contagiante [ver o ambiente]. Quando vais no autocarro a passar por isso mexe contigo. Vais para o jogo com uma pica do caraças. São 19 anos. Eu sei porque vim de baixo, tive salários em atraso...".
Golo mais importante do ano: "O de Braga, com o golo do Matheus. Saí de lá a dizer: 'ninguém nos vai parar'. Vai ser difícil pararem-nos. Deu mais força. A malta não relaxou. Aí percebeu-se que se dermos as mãos não têm hipótese. Estive do outro lado e sei que há qualidade e contra dez e difícil. Apanhei aqui um grupo muito unido. Consegues ver de fora, não estou a ser puxa saco".
Músicas: "Se calhar, somos o clube no mundo com músicas mais bonitas. Quando joguei em Alvalade com 'o mundo sabe que' arrepiei-me, estava com medo que o presidente me despedisse na altura".
O nome Paulinho: "Não parece, mas já fui pequeno e gordinho".
Eduardo Quaresma: "É uma alma velha. É um miúdo mas tem comportamento e pequenas coisas de uma pessoa de 40 anos. E só quer argumentar. Só estando com ele percebes".
Descontos e poupar: "É o Palhinha. Ofereceram-lhe um depósito de gasolina para ele assinar camisolas... Em Braga deve jantares e almoços a toda a gente, tem um letreiro a dizer 'procura-se'".
Quem faria tratamento capilar? "O Nuno Santos. E é vaidoso. Consegue disfarçar".
Playstation: "Temos uma liga de Fórmula 1 antes dos jogos. Alguns são presos, são uns assassinos. Depois o Tabata tem alterações no motor... O Max pensa que é carrinhos de choque e anda sempre a bater nas paredes. Jogamos eu, o Seba [Coates], o Max, Tabata, Pote, Nuno Mendes, Quaresma... Só não jogamos no Mónaco e em Baku, porque não conseguimos acabar a corrida. Não tem regras... O Pote não tem decência, vais ultrapassá-lo e manda o carro contra o teu e depois pergunta: o' que é que foi?' Não tem fair play. Ia preso, ficava sem licença...".
Brincadeiras: "O Nuno Santos faz muita falta a um balneário. Tem ali comportamentos... Não tens noção do que me rio com o Nuno e o Pote. São os maiores. João Pereira quando era mais novo era ranhoso. Era o verdadeiro ranhoso".
Primeiro treino: "Assino no dia em que jogámos com o Benfica, ganhámos. No dia a seguir, treino à tarde. Saí de lá e pensei: "Ai meu deus, que porrada que levei, nem sinto as pernas". E o mister: "Foi tranquilo, hoje...". E eu " Tranquilo? Ia desmaiando...". Não foi só uma adaptação à equipa, como ao treino e à exigência. Com ele (Rúben Amorim) no Sp. Braga já era muito intenso, mas depois muda conforme os treinadores. Já tinha saudades de treinar assim, mas acho que não estava preparado. Com ele a exigência é tanta, em tudo, que senti, não vou mentir. É a adaptação à equipa, à cidade, ao treino, à forma de jogar. Aqui pressionamos... Já tive treinadores que me disseram que, como sou avançado, não tinha de correr. Aqui se disser ao mister que não corro...".
Exercícios: "Mesmo o meínho é agressivo, Às vezes já saí por ser muito intenso. Temos dois: o dos miúdos e do Neto, que é o pai deles, e dos restantes, que é agressivo. Quem for mais vezes o rei no mês, que é quem leva 20 toques seguidos sem tocar na bola ou a bola passar pelo meio das pernas, tem de pagar um almoço. É o meínho da Champions League. O dos miúdos é o distrital. Às vezes o deles parece um funeral, ninguém festeja... Nós é agressivo, é cansativo por vezes. Quem foi o rei desde que cá estou foi o Tabata, o Nuno Santos, o Antunes... O Feddal acho que não. O Palhinha? Quando chega ali, a consciência dele desaparece, vai para longe. O João Pereira também tem essa inconsciência".
Estacionamento na Academia: "É por ordem, primeiro capitães e depois... É em fila. Os três mais próximos são dos três capitães, depois é conforme o tempo em que estás no clube. Portanto o meu está lá no fundo. Cada um tem um lugar marcado com o seu número. Se não estacionares lá, tens multa. Só queria que o Quaresma estacionasse no lugar do Nuno Santos, porque acho que o Nuno lhe rasgava os pneus".
Golos: "Fomos campeões, com uma derrota. Não brinco quando digo isto: acredito muito, e quando for treinador é esse caminho que quero levar, trocava literalmente todos os golos que pudesse marcar pelo título. Digo isso ao meu melhor amigo. Não sou parvo nem estou aqui com desculpas, quero marcar em todos os jogos, e quando não marco fico chateado. Ponto final. Se ganhar fico contente por ganhar, claro, mas chego a casa chateado. Já tive jogos em que marquei 1 ou 2 golos e disse a mim próprio que não joguei nada, horrível. Como já tive jogos em que não marquei e disse "joguei pesado"".