A atravessar um mau período no Benfica, com apenas dois golos em nove jogos, Pavlidis espantou, na quinta-feira à noite, o mundo do futebol, ao conduzir a Grécia a uma vitória histórica frente à Inglaterra, por 2-1, em pleno Estádio de Wembley, em Londres, na liga B da Liga das Nações.
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Os helénicos fizeram uma exibição em cheio para oferecer o triunfo ao compatriota George Baldock, que foi encontrado morto na quarta-feira, na piscina da sua casa, em Glyfada, nos arredores de Atenas. A seleção grega tentou adiar o encontro, mas a UEFA opôs-se devido à falta de calendário, e apesar de quase não terem dormido na noite interior devido ao choque provocado pela morte do colega, os jogadores não deixaram pedra sobre pedra no relvado, correndo o triplo, com destaque para Pavlidis.
Agora orientados, interinamente, por Lee Carsley, os britânicos sofreram, ao fim de dois anos e meio, a primeira derrota em casa em jogos oficiais, fruto de um bis do futebolista dos encarnados. Aos 49 minutos, driblou dois adversários antes de atirar para o fundo da baliza e, nos descontos, já depois do empate a cargo de Bellingham, bisou num lance confuso e cheio de ressaltos, em que a bola acabou por sobrar para o seu pé direito. No fim da partida, os gregos, com inúmeras fotografias e memórias alusivas a Baldock, festejaram com enorme intensidade e emoção junto dos seus adeptos. “Demos tudo por ele e pela sua família”, afirmou, Pavlidis.
Para o avançado dos encarnados, a noite foi de comoção e viu, também, ressuscitada a sua conhecida capacidade goleadora. Contratado no verão ao AZ Alkmaar, a troco de 18 milhões de euros, mais dois milhões por objetivos, brilhou na pré-temporada com sete golos em seis jogos mas a sua luz quase se apagou quando arrancou a época oficial. Marcou ao Casa Pia, na segunda ronda do campeonato, esteve, a seguir, seis partidas a seco, e só voltou a festejar com o Boavista, quatro jornadas depois. Em campo, é agressivo nas ações defensivas e disciplinado taticamente, mostra-se um lutador no último terço do campo, mas ainda falta recuperar o faro de golo apurado. Comparando a com a época anterior, já tinha assinado seis golos ao fim de nove jogos na anterior equipa, o mesmo cenário aplicou-se em 2022/23, com a mesma camisola.
Seja problemas de adaptação a um novo país ou a um novo modelo, em que já se registou uma troca de treinador (Roger Schmidt por Bruno Lage), Pavlidis não arrancou a todo o gás mas mantém a titularidade. Durante a sua carreira, o grego foi sempre criterioso na suas escolhas, rejeitou vários clubes importantes da Europa, como o Sevilha, e mantém a crença de que vai singrar na águias. Para já, encontra-se extremamente moralizado: habitualmente na sombra de Ioannidis, alvo do Sporting no último encontro mas que falhou o jogo devido a lesão, Pavlidis aproveitou a presença no onze para fazer a diferença. Dois golos de outro que valeram a primeira vitória de sempre à Grécia frente à Inglaterra. E logo em Wembley! Convocado pela primeira vez em 2019, marcou em Inglaterra os seus sétimo e oitavos golos com a camisola do país que se sagrou campeão europeu em 2004.