Central tem covid-19 e obriga o selecionador a remendar ainda mais uma defesa sem três habituais titulares. Tiago Djaló chamado e Anthony Lopes é rendido por José Sá
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A defesa de Portugal para a meia-final do play-off de apuramento para o Catar já estava por arames e agora está feita em cacos que Fernando Santos terá que juntar de forma a remendá-la o melhor possível para dar conta do recado frente à Turquia, depois de amanhã, no Dragão (19.45 horas, RTP1). Ontem, a preparação desse confronto começou com a notícia de que Pepe também estará de baixa por ter testado positivo à covid-19. O central junta-se a João Cancelo nos indisponíveis para o jogo no Dragão, mas pode ser opção para a final, caso Portugal se apure, ao contrário de Rúben Dias, Nélson Semedo, Rúben Neves e Renato Sanches, as outras ausências de peso. Tiago Djaló foi o escolhido para reforçar as opções defensivas de Portugal e, aos 21 anos, espreita a primeira internacionalização. À noite, surgiu mais outra notícia desagradável: Anthony Lopes, guarda-redes do Lyon, foi dado como inapto e o selecionador teve de chamar José Sá (Wolverampthon).
Sem Pepe, é certo que Portugal medirá forças com a Turquia com uma defesa sem três dos quatros habituais titulares, o que acentua o impacto da falta do luso-brasileiro, um dos intocáveis desde que se estreou em novembro de 2007. Pepe soma 123 internacionalizações (superado apenas por Figo, João Moutinho e Cristiano Ronaldo), foi capitão em diversas ocasiões e contribuiu decisivamente para os grandes feitos da seleção portuguesa. Nos últimos tempos, formou uma dupla de respeito com Rúben Dias, outro dos grandes ausentes. As mudanças na defesa para o jogo com a Turquia estendem-se à direita, onde o castigo de João Cancelo e a lesão de Nélson Semedo levarão à titularidade de Diogo Dalot ou de Cédric Soares.
Assim, a ausência de Pepe levanta dúvidas quanto à composição do eixo defensivo. Sem Rúben Dias, tornou-se previsível a titularidade de José Fonte, mas a baixa do central do F. C. Porto abre outra vaga e deixa, desde já, uma garantia: será com uma dupla de centrais inédita que Portugal tem que ganhar à Turquia. O recurso a Danilo, que tem rodagem na posição e a experiência a favor, ganha força, embora não seja de desvalorizar o facto de Tiago Djaló estar há três anos com José Fonte no Lille, o que se traduz em mais rotinas e mais conhecimento de parte a parte. Gonçalo Inácio, que também não conta com qualquer internacionalização A, é a outra opção.
De Alcochete a campeão
A poucos dias do 22.º aniversário, Tiago Djaló recebeu uma prenda antecipada que consolida uma grande evolução nos últimos anos. Começou no Damaiense e esteve no Sporting entre os 13 e os 18 anos, antes de rumar ao AC Milan. Em 2019, Luís Campos levou-o para o Lille e hoje é habitual titular no campeão francês.
Vitinha muito feliz pela estreia
Não foi a bem, foi a mal e Vitinha acabou mesmo por ser chamado por Fernando Santos, embora apenas devido à lesão e dispensa de Rúben Neves. Aos 22 anos, o médio portista estreia-se, assim, nos trabalhos da seleção A e mostrou-se "feliz, muito feliz" pela convocatória. "Os sonhos existem para acreditar que os conseguimos realizar", reagiu nas redes sociais. "Estou consciente da confiança e da enorme responsabilidade que temos pela frente", acrescentou.