O central do F. C. Porto abordou, esta terça-feira, os desafios de treinar durante o primeiro confinamento e admitiu competir para lá dos 40 anos, mesmo "sem contrato".
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Terminada a competição, Pepe fez uma espécie de balanço da última temporada, que terminou com a dobradinha dos azuis e brancos. Em entrevista à revista "Dragões", o central sublinhou o espírito das pessoas do Norte e de Portugal.
"Para poder ganhar no F. C. Porto temos de correr mais do que os nossos adversários. Muito mais. Identifico-me muito com esse espírito aqui do Norte, que também é o de Portugal. Nós somos um povo humilde, trabalhador, que nunca vira a cara ao trabalho e que acredita muito nas nossas capacidades. Senti isso desde a minha primeira passagem pelo F. C. Porto. Aqui, no F. C. Porto, para podermos ganhar temos de correr mais, de lutar mais e de fazer sempre mais do que os adversários para conseguirmos títulos ano após ano. Muita gente pensa que é fácil, mas não é. Esse é o espírito da nossa região Norte, onde vive malta trabalhadora que arregaça as mangas quando tem de ser e independentemente de quem estiver do outro lado", começou por dizer Pepe, destacando ainda os grandes desafios do plantel durante o confinamento.
"Poderia falar muito sobre isso, mas vou dizer algo que vai deixar tudo bem claro: praticamente todos os clubes pararam durante a pandemia. Dez dias, uma semana, quase todos fizeram umas miniférias. Nós, no F. C. Porto, trabalhámos todos os dias e treinámos todos os dias em casa. Treinávamos de segunda a sábado e tínhamos o domingo livre, mas, no sábado, simulávamos o esforço de um jogo. Tínhamos de apresentar os níveis físicos certos e nisso o nosso staff foi impressionante. Fazíamos um jogo de 90 minutos a treinar dentro de casa. Com esse brio, típico do nosso povo aqui do Porto, demos a volta a esse campeonato", acrescentou.
Sobre o futuro, Pepe, que termina contrato com o F. C. Porto no final da próxima época, não descartou continuar a competir para lá dos 40 anos. Mesmo sem contrato.
"Se estiver num nível bom para o clube... Costumo dizer que é dia a dia. Se estiver bem fisicamente e mantiver a mesma pujança, estou à disposição do clube para o que o presidente quiser. Se o contrato acabar e precisarem de mim, continuo a jogar sem contrato. Isso depende do presidente, está na mão dele e do treinador", vincou o central de 39 anos.