Regresso de Dembelé a França foi essencial na carreira do avançado.
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Se há cinco anos fosse escrito que Ousmane Dembélé ia ganhar a Bola de Ouro em 2025, provavelmente não teria sido possível fugir a uma boa gargalhada. Nessa altura, o avançado vivia a pior fase da carreira e não escapava ao rótulo de "flop" em Barcelona, no meio de histórias de atrasos aos treinos, noitadas e pizzas em excesso. Três anos antes, em 2017, o clube catalão pagara 105 milhões de euros para contratar o avançado francês ao Borussia Dortmund, onde brilhara na Bundesliga na época seguinte à da revelação no Rennes, onde fez toda a formação.
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Nascido há 28 anos em Vernon, na região da Normandia, filho de mãe mauritano-senegalesa e de pai maliano, Dembélé não demorou a tornar-se um dos prodígios do futebol francês na década passada, um dos muitos produtos das sucessivas gerações criadas na academia de Clairefontaine, alfobre da Federação Francesa.
Campeão mundial ao lado de Mbappé, Pogba, Griezmann, Kanté e companhia na seleção consagrada em 2018, o atacante sentiu dificuldades em transpor o nível mostrado até então em Barcelona e a pandemia pareceu tirar-lhe de vez o fulgor em 2020 e 2021, até que Luis Enrique pediu para que o PSG o contratasse, já em 2023. O buraco financeiro do Barcelona ajudou a que os "blaugrana" aceitassem transferi-lo para Paris por menos de metade do que tinha custado (50 milhões) e essa foi a melhor notícia da vida de Dembélé, que nem começou a todo o gás no Parque dos Príncipes, antes da explosão na época passada.
Em 53 jogos, marcou 35 golos, mas foram sobretudo as exibições que realizou na Liga dos Campeões, que o PSG conquistou pela primeira vez, a colocá-lo no lote de favoritos à Bola de Ouro. Sem que se possa considerar consensual, também ninguém lhe pode tirar o mérito pelo prémio que agora tem em casa.