O ex-nadador norte-americano Michael Phelps mostrou preocupação com a "saúde mental" dos desportistas, face ao adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, com o qual concorda.
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"Há uma onda de emoções e não consigo imaginar por aquilo que os atletas estão a passar neste momento", disse o mais galardoado atleta olímpico numa entrevista via telefone à Associated Press.
Phelps, que soma28 medalhas, incluindo 23 de ouro, reconheceu que a primeira reação ao adiamento dos Jogos para 2021 foi de "alívio". "Agora, temos mais possibilidades de vencer esta coisa e fazer o possível para salvar o maior número de vidas que for possível. Fiquei, logicamente, feliz por esta decisão inteligente, mas é frustrante ter demorado tanto", lamentou.
O ex-nadador pensa agora nos atletas de classe mundial, como ele foi, e na forma como vão lidar com um adiamento sem precedentes de uns Jogos Olímpicos, numa altura em que ainda processam tudo o que tem a ver com a pandemia de Covid-19.
Enquanto atleta, Phelps sofreu de vários problemas psicológicos, nomeadamente depressão e ansiedade, depois de se retirar, uma primeira vez, em 2016.
"Numa altura como esta, os atletas devem pensar em controlar apenas o que podem controlar, pois estão em águas desconhecidas. É uma altura de muitos "ses" e que é difícil de compreender", explicou o campeão olímpico.
O norte-americano afirmou ainda que teria reagido bem a um adiamento como este no início da carreira, mas não, por exemplo, em 2012, pois, nessa altura, não tinha a certeza se queria competir nos Jogos Olímpicos de Londres.
"Não sei se teria conseguido superar um adiamento de um ano", prosseguiu Phelps, que se retirou depois da prova britânica, para voltar dois anos antes do Rio, onde, em 2016, ainda foi a tempo de conquistar cinco medalhas de ouro e uma de prata.
O norte-americano diz já ter recebido perguntas de atletas sobre "o que podem fazer" e mostrou-se disposto para, a qualquer momento, "ajudar os amigos e outros a concretizar os seus objetivos e sonhos".