Em declarações ao JN, Philippe Gilbert, ex-campeão do mundo, coloca o ciclista português no top cinco do Giro.
Corpo do artigo
O ex-ciclista, e campeão do mundo em 2012, Philippe Gilbert considerou que o português João Almeida pode ser um dos protagonistas nesta edição da Volta a Itália, e apesar de não o integrar no lote de principais favoritos à vitória final, acredita que as capacidades do corredor da UAE-Emirates podem fazer a diferença.
"É muito forte e muito consistente. Às vezes, quando pensamos que não tem mais força, vemo-lo vir de trás para a frente. É muito surpreendente nas recuperações. Ainda não o coloco na luta pelo pódio, mas acho que estará logo nos lugares seguintes", analisou, ao JN, o ex-corredor belga. "Creio que pode ganhar etapas porque tem uma finalização muito boa", acrescentou.
Gilbert, que arrumou a bicicleta em 2022, depois de quase 20 anos de carreira ao mais alto nível, onde ganhou etapas em todas as grandes Voltas, prevê que a grande batalha pela vitória final será entre Evenepoel e Roglic. "São duas personalidades totalmente diferentes, mas ambas muito fortes. O Remco [Evenpoel] é mais jovem e nervoso e quer destruir a concorrência. O Roglic sabe da importância de não cometer erros nestas grandes provas e é muito focado. Vai ser uma batalha muito interessante", apontou.
Pela sua experiência no Giro, Philippe Gilbert considera que "todos os dias da prova terão a sua importância" e que a gestão do esforço "é fundamental". "É preciso ganhar, ou pelo menos não perder, tempo na primeira metade da corrida, mas também é fundamental guardar energia e ter reservas, sobretudo para a última semana".
Nessa gestão, o antigo ciclista, que vai estar nesta Volta a Itália como comentador do canal Eurosport, lembra a importância do trabalho em equipa.
"Se tiveres bons companheiros e mantiveres a forma física podes anular grandes desvantagens. Por isso, é sempre bom ter dois corredores da mesma equipa na luta pelos objetivos, tal como a Jumbo-Visma fez, no ano passado, no Tour, anulado Pogacar".
Nesse aspeto, Gilbert considerou que a INEOS é a equipa com mais argumentos para mostrar essa necessária consistência, sobretudo na primeira fase da corrida, vincando as qualidades de Tao Geoghegan e Geraint Thomas como corredores com uma palavra a dizer na luta pela vitória. "É uma corrida muito técnica e imprevisível", rematou.