Na entrevista dada esta noite de quinta-feira à TVI, Pinto da Costa não falou só das contas da SAD mas também comentou a saída de Alex Telles para o Manchester United e o negócio da venda de Fábio Silva ao Wolverhampton.
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O presidente do F. C. Porto comentou a dificuldades dos clubes portugueses em manter as contas equilibradas quando não conseguem o apuramento para a Liga dos Campeões.
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"Temos de ter um equilíbrio entre as compras e as vendas e temos de ter opções. Temos de ser realistas e o problema e a questão é mais profunda do que as contas de hoje e as vendas deste ou daquele jogador. O que nos aconteceu o ano passado, de sermos afastados da Liga dos Campeões, como aconteceu este ano ao Benfica, ou se aguenta o prejuízo ou se vende. O próprio treinador reconheceu que perdeu o Rúben porque foi o custo de não ir à Champions. No ano passado corremos o risco e optamos por não vender e tentar sermos campeões como o fomos, e até conseguimos a dobradinha, e então, valorizando o nosso plantel e fazer as vendas que fizemos agora. O problema é que em termos internacionais, os clubes portugueses vão ter grandes dificuldades", analisou o dirigente máximo dos azuis e brancos.
Para ajudar a que a situação financeira fica mais estável muito contribuíram as vendas de Alex Telles e Fábio Silva.
"Nunca fico contente com a venda de um grande jogador. Um dos grandes negócios e que fiquei tristíssimo foi a venda do Hulk, e que ainda hoje tenho pena. Há momentos em que não temos outra solução. Uma semana ou duas antes, a irmã do Alex, que é empresária dele, mostrou vontade dele sair. Uma semana antes de fechar o mercado, veio pedir que queria sair e ir para o Manchester. Tentei que o Alex Telles não fosse, tentei compensá-lo para tentar ficar até ao final do ano, mas ficar com um jogador que já não quer estar aqui não vale a pena", justificou Pinto da Costa.
E continuou: "O argumento dele para sair foi que foi que o selecionador brasileiro só convocava atletas de três ou quatro campeonatos, o que tentei contradizer porque neste momento ele está na seleção".
O presidente considera também importante o papel dos agentes de jogadores nas transferências, para o bem e para o mal. "Um bom empresário é importante para o futebol, um mau empresário é negativo para o futebol, para os clubes e até para o jogador. Há empresários que quando vêm negociar um contrato ou trazer um jogador querem ganhar tanto como ele. Isto não pode ser", atirou.
E deu como exemplo de uma transferência bem conseguida para todas as partes a do avançado Fábio Silva para os ingleses do Wolverhampton. "O Fábio Silva foi um bom negócio para os empresários e para o F. C. Porto. O Fábio Silva tinha uma cláusula de rescisão de 10 milhões de euros, saiu por 40 milhões. O F. C. Porto ganhou 20 milhões, porque recebeu 30 em vez de 10. Foram vários empresários envolvidos no negócio", referiu Pinto da Costa, reconhecendo que 25% desse valor foi para pagar comissões. "O Fábio Silva foi um grande negócio e aí o empresário foi importante", reiterou.
Segundo Pinto da Costa o problema de o F. C. Porto não conseguir fazer os grandes negócios "chorudos" que fazia anteriormente "tem um bocado a ver com os empresários".
O presidente do F. C. Porto avançou ainda que o central do Santos, Lucas Veríssimo, não foi para os dragões "porque o F. C. Porto não quis". "Era uma da opções que ficaram para o final e o treinador e nós seguimos o seu entendimento, dos quatro centrais que quis ficar foram o Pepe, o Mbemba, pondo de lado o Marcano, que só em janeiro é que volta, mais o Sarr e o Diogo Leite, que ele não pretendeu que fosse cedido. Chegou a estar em cima da mesa e se quiséssemos ficar com ele, ficávamos. Não o libertei para o Benfica porque ele não era jogador do Benfica. Para mim é-me indiferente se ele vai para o Benfica ou não", completou.