O presidente do F. C. Porto, Pinto da Costa, abordou a atualidade do clube, em entrevista ao Jornal das 8 da TVI. O passivo de 445 milhões de euros e o fair-play financeiro não tiram o sono ao dirigente.
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"Se não fosse a pandemia, as vendas que fizemos agora de 126 milhões já tinham entrado nas contas. Como a época de transferências foi alterada esses valores vão entrar nas contas seguintes. A situação obriga-nos a estar com mais atenção, mas estamos tranquilos e brevemente vamos sair do fair-play financeiro. Este ano ainda", fez notar Pinto da Costa.
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O dirigente inicia o 15.º mandato e mantém a vontade de cumprir objetivos no emblema portista. "Falta a construção da cidade desportiva. Último mandato? Nunca digas nunca, já disse algumas vezes que era o último mandato e depois tal não se confirmou, por variadas razões, como por exemplo a construção do Estádio do Dragão. Há sempre coisas para fazer no F. C. Porto. Saio quando sentir que não sou necessário".
Apesar das saídas no plantel, nomeadamente Alex Telles e Danilo, o dirigente mantém-se confiante na qualidade do plantel. "Vendemos dois jogadores bons, mas colmatámos com a entrada de outros. O que é preciso é manter o equilíbrio".
"A alguns dá jeito não ter adeptos no estádio"
Pinto da Costa continua sem perceber a ausência de público nos estádios: "Temos camarotes para famílias e as pessoas não podem ir aos estádios, mas podem ir aos restaurantes, cinema e teatro. É incompreensível. Por outro lado, a alguns dá jeito não ter adeptos no estádio. Se os adeptos forem para lá para insultar o presidente e os jogadores esses preferem não ter lá ninguém".
A carga fiscal no futebol continua a ser um problema para os clubes e Pinto da Costa dá o exemplo de Itália. "Na pandemia, eles baixaram 30% dos impostos. Aqui, em plena pandemia, pagámos quase 20 milhões de impostos. O F. C. Porto tem 572 pessoas que vivem do salário que ganham no F. C. Porto. A ausência de adeptos fez-nos perder uma receita de 29 milhões".
Ao longo dos anos, Pinto da Costa tem falado em centralismo e mantém-se fiel às convicções. "O centralismo de Lisboa é um estado de alma do próprio país. O Presidente da República é contra a regionalização, temos de esperar que ele vá embora para haver regionalização".