Hat-trick de Gonçalo Ramos e golos de Pepe, Raphael e Leão selam goleada histórica à Suíça. Mudanças de Santos cruciais para o resultado gordo.
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Com uma exibição de luxo e sem Ronaldo no onze, Portugal goleou a Suíça por 6-1, numa partida que se transformou num autêntico passeio rumo aos quartos de final do Mundial 2022, onde agora vai defrontar Marrocos. Além da equipa das quinas, Fernando Santos foi o grande vencedor da noite: Gonçalo Ramos, o jogador escolhido para substituir CR7, fez um hat-trick. E tirar o capitão foi um sinal de autoridade que levou o selecionador a ganhar o respeito do grupo.
O jogo foi vibrante e emocionante para as cores lusitanas, mas acabou por ter pouca história. Apesar de um início lento e sem sal, um remate que teve tanto de inesperado como de virtuoso de Gonçalo Ramos, a estrela da noite, abriu o marcador e o caminho para um triunfo histórico, após um passe açucarado de João Félix.
Com uma elevada capacidade de circulação de bola, Portugal fez o 2-0 por Pepe e arrumou praticamente o assunto. Recolhida no seu meio-campo e sem energia para reagir, a Suíça foi ao chão no arranque da segunda parte, um momento nevrálgico, com mais um golo de Ramos.
Numa das partidas mais fáceis de que há memória numa grande competição, a equipa das quinas jogou quase sempre bem e com elevada qualidade técnica, acabando a massacrar o adversário, apesar de este ter reduzido a desvantagem, por Akanji, depois do golo de Raphael Guerreiro.
O jogo deu para tudo, até para poupar a pensar em Marrocos, pois Fernando Santos tirou peças chave, mas nem assim Portugal tirou o pé do acelerador. Já depois do quinto golo, o terceiro da conta pessoal de Ramos, Cristiano Ronaldo entrou motivado em campo, mas voltou a ficar em branco. Chegou a introduzir a bola na baliza só que o lance foi anulado por fora de jogo. Já Rafael Leão, nos últimos instantes do encontro, voltou a marcar na competição e com um grande golo.
É ainda cedo para balanços, mas o duelo terá sido o primeiro grito de independência da equipa relativamente à predominância de CR7 nas últimas duas décadas. Mostrou que, sem aquela referência no ataque, pode jogar mais solta e de forma mais imprevisível, permitindo que outros jogadores assumam a iniciativa como João Félix, que renasceu na seleção, e Bruno Fernandes, que joga de sorriso no rosto. O meio-campo deu excelentes resultados: Bernardo, William e o recém regressado Otávio, um batalhador no relvado, entenderam-se às mil maravilhas.
Mais
Com três golos e uma assistência, Gonçalo Ramos foi o melhor em campo. João Félix deu muito perfume ao jogo português. Ambos estiveram em grande nível.
Menos
A Suíça mostrou uma pobre imagem de si própria. A 15.ª classificada no ranking da FIFA nunca apareceu em campo. A defesa deu imensos espaços.
Árbitro
Um jogo fácil para o árbitro mexicano, que não teve de ajuizar casos complicados.