Encerrado o capítulo do Mundial 2010, arranca hoje, sexta-feira, a qualificação para o Europeu 2012 com a selecção portuguesa a defrontar a congénere cipriota. Há 33 anos que a equipa das quinas não perde um jogo no arranque de uma fase de apuramento. Um bom presságio.
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Começa hoje, sexta-feira, em Guimarães, um novo capítulo na vida desportiva da selecção portuguesa. A equipa das quinas inicia a fase de qualificação para o Euro 2012 num contexto muito específico. Pela primeira vez em muitos anos, as abordagens tácticas caem para plano secundário, na antevisão de um jogo marcado pelo afastamento do seleccionador nacional do banco. Carlos Queiroz está castigado e será o adjunto Agostinho Oliveira a assumir o comando da equipa, um homem experiente, identificado com a filosofia do grupo, mas que não afasta a grande questão do momento: até que ponto este caso poderá fragilizar o estado anímico da equipa?
A história, contudo, abre uma janela de optimismo. Há 33 anos que a selecção portuguesa não perde um jogo no arranque de uma fase de apuramento. A última vez que escorregou remonta a 6 de Outubro de 1976, quando a Polónia (2-0) silenciou o Estádio das Antas com um bis do avançado Lato. Numa noite de temporal, precisamente no dia em que o guarda-redes Manuel Bento se estreou pela equipa lusa, o conjunto orientado por José Maria Pedroto começou logo a hipotecar as possibilidades de se apurar para o Mundial 1978, fase final que, aliás, falhou.
Meia dúzia ainda na memória
Do ponto de vista teórico, a selecção portuguesa é claramente favorita diante da pouco mediática congénere cipriota, actual 63.ª classificada no ranking da FIFA. Mas o adversário tem vindo a dar sinais de crescimento e na fase de qualificação para o Mundial 2010 teve o desplante fazer sofrer a então campeã Itália, como recordou Ricardo Carvalho, o novo capitão da selecção portuguesa. Esteve a vencer os transalpinos por 2-0, mas acabou por perder por 3-2. E isso deve servir de alerta na abordagem ao desafio.
Os números também dão um bom suplemento anímico à equipa das quinas. Já defrontou Chipre por oito vezes e somou outras tantas vitórias com uma importante diferença de 23 golos marcados e dois sofridos. Aliás, a última vez que este adversário jogou no nosso país foi copiosamente derrotado por 6-0, durante a fase de qualificação para o Mundial 2002 (dois golos de Pauleta, de Pedro Barbosa e de João Pinto). E isso também dá algum conforto à equipa das quinas que irá jogar no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, onde Carlos Queiroz poderá ser um dos espectadores no recinto.
Ricardo Carvalho apela à união
Numa altura particularmente sensível, o defesa Ricardo Carvalho reconhece que esta “não é a melhor situação para começar a qualificação”. Por isso, o jogador do Real Madrid deixou uma mensagem: “Temos de estar todos juntos e mostrar união. Queremos praticar bom futebol”, reconhecendo que foi “uma surpresa” as renúncias de Paulo Ferreira e de Simão em representar a selecção.
Angelos Anastasiades, seleccionador cipriota, considerou positiva a ausência do lesionado Cristiano Ronaldo: “É bom para nós, mas Portugal tem outros grandes jogadores”. E revelou que “um empate diante seria um bom resultado”. Hoje, a bola rola no berço...