Com o F. C. Porto a ser a única equipa portuguesa a conseguir vencer na ronda inaugural da fase de grupos da Liga dos Campeões, Portugal vê as contas no ranking da UEFA complicarem-se. Cenário deve agudizar-se, hoje, após os jogos da Liga Europa e da Liga Conferência.
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A Liga portuguesa já sabe que, na próxima época, apenas o campeão nacional terá entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões, com o segundo classificado a ver-se obrigado a disputar as eliminatórias para poder lá chegar. O cenário contrasta com o que vigorou nas últimas temporadas, em que o nosso campeonato apurava três equipas para a Champions, duas delas de forma direta.
Na base desta volatilidade está o ranking da UEFA, que contabiliza as prestações das equipas de um determinado país nas competições europeias, nos últimos cinco anos. Consoante os resultados que vão obtendo ao longo de uma época, os clubes somam pontos que são divididos pelo total de representantes do seu país nesse ano. No final da temporada, o valor obtido soma-se ao dos quatro anos anteriores para se apurar o total de pontos de uma determinada liga no ranking.
Na última temporada, Portugal caiu do 6.º para o 7.º lugar no ranking da UEFA, estando aí a explicação para, na próxima época, apurar diretamente apenas uma equipa para a Liga dos Campeões. O segundo classificado do campeonato irá disputar um play-off. Reentrar no top 6 é condição obrigatória para voltar à realidade atual, em que Benfica, F. C. Porto e Sporting de Braga disputam a fase de grupos da Champions, mas a missão não se afigura fácil.
A Liga portuguesa arrancou esta época a mais de três pontos de distância dos Países Baixos, que começaram na 6.ª posição. Entretanto, os neerlandeses ultrapassaram a França, dinâmicas normais de uma classificação atualizada semanalmente. Aliás, esse nem é o principal problema português, que deve começar a olhar para si antes de tentar alcançar quem está à sua frente.
O cenário começou a complicar-se com os afastamentos precoces de Vitória de Guimarães e Arouca nas eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga Conferência. Como os pontos conquistados pelas equipas portuguesas dividem pelo total de participantes nas competições europeias esta época, Portugal precisaria de uma campanha no mínimo relevante de Benfica, F. C. Porto e Sporting de Braga, na Liga dos Campeões, e do Sporting, na Liga Europa, para conseguir esbater os pontos que irá perder na equação para apuramento da pontuação final da atual temporada, no ranking da UEFA.
Neste momento, França mantém em prova as seis equipas com que partiu para esta temporada, enquanto os Países Baixos perderam apenas uma, o Twente, na Liga Conferência. Como os pontos somados valem o mesmo independentemente da prova em que foram alcançados, a vantagem de franceses e neerlandeses sobre Portugal é relevante, sendo expectável que as equipas destes dois países sejam capazes de somar muitos pontos na periférica Liga Conferência e até na Liga Europa.
Para piorar as coisas, a estreia das equipas portuguesas na Liga dos Campeões não foi auspiciosa, com o F. C. Porto a ser o único a contribuir para o ranking, com dois pontos, ao vencer o Shakhtar Donetsk por 3-1. Benfica e Sporting de Braga perderam com Salzburgo (2-0) e Nápoles (2-1), respetivamente, restando saber o que fará o Sporting, hoje, na Áustria, frente ao Sturm Graz.
Por outro lado, os gauleses viram o PSG vencer o Dortmund (2-0) e o Lens empatar em Sevilha (1-1), para Champions, e o Lille derrotar o Olimpija Ljubljana (2-0) para a Liga Conferência. Já os neerlandeses contam, até ao momento, com o triunfo do Feyenoord frente o Celtic (2-0) na Liga dos Campeões, numa jornada em que o PSV foi derrotado pelo Arsenal (4-0). Os pontos conquistados por estes dois países dividem por mais equipas, o que lhes permite valer mais do que os somados pelos clubes portugueses.
Após os jogos da Champions de ontem, Portugal mantém-se no 7.º lugar do ranking da UEFA, com 48.649 pontos, estando mais longe de França (53.164) e Países Baixos (55.500). Sendo certo que as contas ainda agora abriram, o cenário não é, de todo, o mais animador para as hostes lusas.