<p>O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, foi o primeiro a falar, esta manhã, em defesa da candidatura ibéria ao Mundial de 2018. Seguiu-se o "colega e amigo", José Luis Zapatero, primeiro-ministro de Espanha.</p>
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A Candidatura Ibérica ao mundial de futebol de 2018 jogou os últimos trunfos às 9 da manhã. Numa apresentação que contou com o jornalista da SIC Pedro Mourinho, José Sócrates foi o primeiro a falar em defesa da organização conjunta de Portugal e Espanha.
"Julgo que todos os que estão familiarizados com o futebol sabem que esta candidatura terá uma organização competente", afirmou Sócrates durante a última apresentação do projecto luso-espanhol, em Zurique, perante a Comissão Executiva da FIFA.
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Para o governante português, "a candidatura representa 600 milhões de pessoas que falam português e espanhol" e "tocará a América do Sul e do Norte, tocará África e muitos países africanos que acompanham esta candidatura e tocará a Ásia".
José Sócrates ressalvou a "experiência em organizações desportivas" de Portugal, tendo como exemplo o amplamente elogiado Euro2004 , antes de passar a palavra "ao colega e amigo" José Luis Rodríguez Zapatero, primeiro-ministro de Espanha.
"Temos muita vontade de organizar o Mundial. Temos capacidade e infraestruturas para fazer o Mundial no mês que vem, se fosse preciso", disse o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.
"Vamos estar ligados ambos os países pela alta velocidade, temos uma rede de autoestradas que comunicam com todas as cidades e 50 aeroportos dos mais modernos e capazes da Europa", acrescentou Zapatero.
"A Penísula Ibérica destino turístico mundial com 70 milhões de turistas por ano. Isso dá uma ideia da nossa capacidade hoteleira para atender bem todos os cidadãos do Mundo. Guardamos uma grande riqueza histórica e cultural, temos 300 dias de sol por ano", disse o primeiro-ministro espanhol.
"Espanha e Portugal estão decidido, somos países irmãos. Queremos este Mundial, estamos decididos a fazê-lo bem", argumentou José Luis Rodríguez Zapatero.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail elogiou as capacidades organizativas de Portugal e Espanha, já demonstradas noutros eventos, e apontou o passado como uma garantia de futuro.
"Ambicionamos receber o maior evento desportivo do mundo com a convicção de que podemos organizar o melhor mundial de sempre. Sabemos como fazê-lo", afirmou Madail.
Mil árvores por cada golo marcado
"Quatro milhões de espanhóis e portugueses jogam futebol", disse Miguel Ángel López, director-geral da candidatura ibérica, elogiando a qualidade das infraestruturas hoteleiras, de comunicações e desportivas. "O jogo inaugural, a final, as meias-finais e os jogos para o 3º e 4º lugares podem ser jogados em cinco estádios diferentes", argumentou.
"Contenção dos custos e um retorno fiscal benéfico" foram argumentos usados, ainda, por Miguel Ángel López, que estima vencer "3,7 milhões de bilhetes, um número recorde" caso o Mundial 2018 se fique pela Ibéria.
O director-geral da candidatura conjunta de Portugal e Espanha ressalvou, ainda, a componente ambiental do projecto. "Por cada golo marcado na fase final, serão plantadas mil árvores".
Processo de candidatura é limpo
Ángel Maria Villar, presidente da Real Federação Espanhola de futebol e vice-presidente da FIFA, elogiou a capacidade organizativa de Portugal e Espanha, recordou que os estádios estão todos construídos e argumentou com a qualidade das infraestruturas viárias e hoteleiras, antes de centrar o discurso na alegada corrupção no organismo que gere o futebol mundial.
"Os que mais respeito são os meus companheiros no comité executivo. A FIFA é limpa, faz as coisas com honestidade. Todos são honestos e trabalhadores, ainda que todo o mundo nos difame e calunie. O projecto de candidatura é limpo. Esperamos que este nosso projecto seja do vosso agrado", disse Villar.
"Sou como sou e como penso. Conhecem-me bem. Não lhes peço nada que não possamos realizar, isso seria muito egoísta da minha parte. Se atribuírem a organização do Mundial de 2018 a Espanha e Portugal trabalharemos com a vontade e responsabilidade. Senão, estarei ao lado das candidaturas que organizem o mundial", acrescentou.
Depois da apresentação das quatro candidaturas ao campeonato de 2018 ao longo da manhã, o comité executivo da FIFA vai eleger a sede dos mundiais de 2018 e 2022 ao início da tarde em Zurique, na Suíça.
Os representantes lusos que integraram a comitiva ibérica à Suíça apresentaram-se optimistas quanto ao resultado final, devendo o grande adversário ser a candidatura russa.
Concorrem ao mundial de 2018 a Rússia, a Inglaterra e as candidaturas conjuntas de Portugal e Espanha e de Holanda e Bélgica.
Para 2022 são cinco os candidatos: Estados Unidos, Qatar, Austrália, Coreia do Sul e Japão.