Rafael Bessa, a figura do hóquei em patins que tem mentalidade de elite
Herói da final do último Europeu, é licenciado e cedo começou a destacar-se pela ética de trabalho. Rafael Bessa é uma das revelações da competição, depois de ter feito uma grande época no Sporting.
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Quase sempre, as noites no pavilhão da Casa do Povo da Sobreira pareciam infinitas, mas essas horas extra a patinar e a brincar com o stick e a bola não foram em vão. Enquanto o pai e outros diretores discutiam assuntos necessários, mas aborrecidos, o pequeno Rafael entretinha-se como podia e sabia, alimentando aí um inocente gosto pelo hóquei em patins que só mais tarde seria levado a sério. Às vezes, demasiado a sério, como naquela vez, já na AD Valongo, em que, apesar de dispensado pelo treinador para ir ao jantar de finalistas do liceu, preferiu ir disputar esse jogo insignificante, seguindo só depois para a farra, com o recomendável fato. Valeu a pena? Foi ele que, com dois golos, desequilibrou a final do último Campeonato da Europa, conquistado por Portugal (4-1 à França), cerca de um mês depois de somar a primeira internacionalização.
Rafael Bessa é jogador do Sporting, mas podia perfeitamente estar ao serviço do F. C. Porto se há mais ou menos dez anos tivesse optado por rumar ao Dragão em vez de preferir ficar mais perto de casa. Hugo Azevedo, atualmente à frente da Juventude Pacense, foi o primeiro treinador de Rafa na AD Valongo e não demorou a perceber o que tinha em mãos. "Mostrou logo ser diferenciando, principalmente ao nível mental. Sempre foi muito trabalhador e muito determinado, e essas são qualidades essenciais para chegar longe", refere, ao JN, sublinhando ainda a "educação de excelência" e "a capacidade para gerir o aspeto desportivo e académico".