O maior evento desportivo e turístico em Portugal injetou, em dez anos, mais de mil milhões de euros na economia.
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Arranca esta quinta-feira mais uma edição do Rali de Portugal. É o "maior evento desportivo e turístico realizado no nosso país", como o definiu o Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo, da Universidade do Algarve, num estudo que realizou em 2017 sobre o impacto do rali na economia do turismo e formação da imagem dos destinos da Região Norte de Portugal.
E os números são reveladores: 975 mil adeptos ao longo dos quatro dias de competição e 137 milhões de euros de impacto total na economia regional. Do valor total, 64,7 são injetados diretamente pelos espectadores, equipas e organização, sendo que os gastos no setor de alimentação e bebidas, transportes e alojamento têm um efeito multiplicador na economia local e regional. Existe, também, uma verba significativa de cerca de 64,7 milhões de retorno indireto, medida em função "da valorização da imagem projetada pelos média nacionais e internacionais". Neste particular, a edição do ano passado teve 1038 horas de transmissões televisivas nacionais e internacionais.
Este estudo foi dividido entre os residentes e não residentes na região. Dos que se deslocam, 52,2% são portugueses e os restantes (47,8%) são provenientes, essencialmente, de Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e países nórdicos. Deixam na região, em média, entre 115 a 150 euros por dia, num total de três noites, havendo muitos casos (29,2%) em que a estadia se prolonga para lá dos dias do evento. Levam do Norte uma imagem de "hospitalidade, belas paisagens, gastronomia e cultura. Do rali a imagem que guardam é da espetacularidade, organização, segurança do público e cuidados ambientais", lê-se.
O Rali de Portugal é tido como "um evento com forte inserção territorial, que não está concentrado num único mercado, destino ou cidade, mas sim em toda a região Norte de Portugal".
A Universidade do Algarve estudou todas as edições desde que o rali regressou a Portugal, em 2007, e concluiu que o impacto acumulado na economia portuguesa atinge um total de 1041,2 milhões de euros no espaço de dez anos.
Dois mil militares
A GNR mobilizou mais dois mil militares, um total de 500 viaturas, além de patrulhas a cavalo e equipas cinotécnicas para controlar os troços do rali, num plano apresentado esta semana na cidade Invicta.
Baixas de peso
Ricardo Moura, líder do campeonato nacional de ralis, e Miguel Campos, melhor português nas duas últimas edições do Rali de Portugal, são as grandes ausências entre o pelotão nacional para o evento que hoje arranca.
Araújo de volta
Depois de ter conduzido o carro 00 na edição de 2017, Armindo Araújo volta, este ano, a participar numa prova do Mundial de Ralis (WRC), campeonato do qual se despediu em 2012. O piloto de Santo Tirso está a fazer o Nacional de ralis com a Hyundai.
Casa cheia
O primeiro dia do Rali de Portugal 2018 vai ter casa cheia. A partir das 17 horas, sessão de autógrafos e partida oficial, em Guimarães, e às 19 horas, a Superespecial de Lousada.