A 56.ª edição tem, esta quinta-feira, a partida simbólica, em Coimbra, e o cronómetro é ligado amanhã. Depois dos 153,7 milhões de euros gerados em 2022, o fim da pandemia deve garantir retorno maior.
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O maior evento desportivo nacional vai animar os troços do Centro e Norte do país ao longo dos próximos três dias e ajudará a clarificar as contas não só do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) como também do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), já que ambas as provas têm as respetivas lideranças presas por um fio. A organização espera a presença de largas dezenas de milhares de adeptos, com uma forte adesão de espanhóis, e é muito provável que a prova supere o retorno financeiro recorde estabelecido em 2022.
Depois de a covid-19 ter anulado a edição de 2020 e ter restringido, e muito, a de 2021, o ano passado trouxe alguma sensação de normalidade. Os fãs voltaram a dar vida e animação às especiais que compõem aquela que é considerada uma das melhores provas do Mundo e uma fonte de receita bastante atrativa. Segundo o estudo científico publicado pela Universidade do Algarve, o Rali de Portugal 2022 gerou um impacto recorde na economia nacional. Foram gerados 153,7 milhões de euros, o que representou um aumento de 8,9% (12,5 milhões de euros) em relação à prova realizada em 2019, a última antes da pandemia global. A receita fiscal para o Estado cifrou-se em 18,2 milhões de euros, entre IVA e ISP [Imposto sobre Produtos Petrolíferos], números que provam que o Rali de Portugal é muito mais do que uma simples competição automobilística. A cobertura televisiva é global e, no ano passado, o evento português foi, entre os que integram o Mundial WRC, um dos três que contou com maior audiência a nível global.
Topo na mira de quatro
O Mundial WRC chega à quinta prova de 2023 com um equilíbrio poucas vezes visto. Os cinco primeiros estão separados por 11 pontos, sendo que, com o triunfo na Croácia, Elfyn Evans igualou Sébastien Ogier na liderança do campeonato, com 69 pontos, e pode beneficiar do facto de o gaulês não fazer a prova lusa. No entanto, o piloto da Toyota abre a estrada na primeira etapa (amanhã), algo penalizador nos ralis de terra, e estará na mira de Kalle Rovanpera (68 pontos), Ott Tanak (65) e Thierry Neuville (58). Já o Campeonato de Portugal de Ralis é liderado por Ricardo Teodósio (62), seguido por Miguel Correira (59) e José Pedro Fontes (42), o que garante ainda mais emoção para a primeira etapa, a única que conta para a contabilidade do Nacional.