Roberto Martínez: "Há rivalidade entre clubes mas na seleção remamos todos para o mesmo lado"
O selecionador nacional, Roberto Martínez, fez a antevisão do duelo deste sábado com a República da Irlanda, da terceira jornada de apuramento para o Mundial de 2026, e garantiu que o ambiente quente que se vive no futebol português, com acusações entre os três grandes, não tem reflexo na equipa das quinas. O encontro de Alvalade vai ser "uma festa" e o objetivo é claro: ganhar e dar mais um passo rumo ao apuramento.
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Os trabalhos da seleção nacional ficaram para segundo plano, devido à troca de acusações entre André Villas-Boas, do F. C. Porto, Rui Costa, do Benfica, e Frederico Varandas, do Sporting, mas o selecionador desvalorizou as polémicas que marcaram a última semana.
"Há a rivalidade entre clubes, que é muito forte em Portugal, mas para o selecionador o importante é a formação, que é exemplar a nível europeu. Vemos talento português a todos os níveis, para ajudar o selecionador a tomar as suas escolhas. Portugal é um país de muito respeito, o que se tem visto nos últimos 20/25 anos", começou por dizer, antes de voltar ao tema.
"Posso falar da minha experiência. Já tivemos jogos da seleção em alturas de eleições nos grandes clubes e noutros momentos polémicos. O futebol de clubes é uma coisa e todos juntos somos a seleção. Há rivalidade entre os clubes, mas na seleção remamos todos para o mesmo lado e amanhã vai ser uma festa em Alvalade. A rivalidade em Portugal é boa e faz com que todos tentem melhorar", acrescentou.
Após duas vitórias nos dois primeiros jogos de apuramento, Portugal pode dar um passo de gigante rumo ao Campeonato do Mundo, frente a uma República da Irlanda que tem apenas um ponto conquistado, mas Roberto Martínez não acredita em facilidades.
"O que é importante é ter o melhor desempenho e tentar ir passo a passo. É uma fase esquisita, não há margem de erro. A preparação foi boa, o foco é a Irlanda. Não a podemos subestimar. Teve um jogo difícil na Arménia, mas esperamos uma reação da Irlanda e é nisso que nos focamos. Queremos usar a força dos nossos adeptos e ganhar mais um jogo", destacou.
O selecionador nacional ficou agradado com a semana de trabalho, que permitiu mais tempo no relvado, ao contrário do estágio de setembro que obrigou a duas viagens e, por isso, dependeu mais "da análise vídeo e das imagens", antes de abordar o caso de Francisco Trincão, que soma poucos minutos na seleção.
"O Trincão é um jogador especial, criativo, virtuoso, que consegue mostrar a qualidade técnica em pouco espaço. É um jogador muito importante para nós, foi titular na meia-final da Liga das Nações, foi determinante nos quartos de final contra a Dinamarca. Depois, o número de minutos, começar ou terminar o jogo depende do aspeto estratégico, do adversário", explicou, aplicando o mesmo princípio a Palhinha: "Está a jogar, está a marcar golos e não temos outros jogadores com as suas características. É uma pena, mas não posso revelar o onze".