Rui Borges responde a Mourinho: "O Sporting ganhou a Taça e está no museu porque fomos melhores"

Rui Borges, treinador do Sporting
Foto: Mário Vasa
Rui Borges fez o lançamento do jogo contra o Paços de Ferreira, falou da ambição dos leões continuarem a vencer, da renovação de Pote e respondeu ainda a José Mourinho.
"A tática é não menosprezar o adversário, porque dentro do seu passado tem alguma história. Uma final da Taça de Portugal, duas meias-finais, por todo o passado que tem na Liga e já disputou pré-eliminatórias de Champions. Por isso, o maior respeito que podemos ter pelo adversário é olhar para ele de forma séria em termos técnicos e táticos", começou por dizer Rui Borges, recordando que os leões são detentores do troféu.
"Depois em termos da mentalidade é perceber que vamos defender um título. Queremos muito tornar a estar na final do Jamor, que é muito significativa para todos nós e que nos marcou de alguma forma na época passada. A maior motivação que poderemos ter ao entrar em campo é ir defender algo que é nosso", completou.
Quanto aos rumores de uma possível reunião com Frederico Varandas, o treinador do Sporting desmentiu e referiu que não viu as recentes declarações do presidente, quanto à ineficácia para chegar à liderança, como uma crítica.
"Eu nem sequer vi o presidente nos dias a seguir ao jogo do Braga. Isso tem haver com a nossa exigência própria, queremos ganhar e ser os melhores. Demonstrámos que fomos os melhores, temos tido um início de época até produtivo e num jogo menos conseguido ficamos sentido, porque não conseguimos ser o Sporting que temos sido. Não se trata de crítica, mas sim de exigência máxima no nosso dia a dia", atirou.
Quando questionado, Rui Borges falou de mudanças táticas: "Falam do sistema, mas o sistema é muito subjetivo. Não queria fazer parecer que estou a dar aulas táticas, porque não quero. Estou sempre em aprendizagem. Naquilo que é o sistema que vocês falam, a grande maioria dos jogadores jogam nas posições que jogavam. Temos a melhor versão do Pote, do Trincão, do Hjulmand, do Inácio, do Quenda. A equipa do Sporting nunca produziu tanto em termos ofensivos. O sistema tem a ver com as dinâmicas que nõs lhe damos. No jogo do Braga e a segunda parte do Estoril, não teve a ver com sistema. Teve a ver com incapacidade nossa, se calhar, minha, que sou o maior culpado e darei sempre a cara pelos jogadores".
Recado a Mourinho e a renovação de Pote
Já quanto aos comentários dos outros clubes em torno do Sporting, esses passam ao lado: "Estou focado naquilo que podemos fazer na Taça de Portugal. O ruído é imenso e a toda a hora para com o Sporting em relação a tudo. É sinal que somos vencedores e que no passado temos ganho bastante ou mais que os outros. O meu foco é apenas o jogo da Taça. É algo que nos dá muitas memórias, a mim pessoalmente também, porque era algo que queria muito desde que comecei a jogar futebol, vim de baixo e percebo bem o significado da Taça. As memórias são imensas, desde ter os meus pais na bancada e a minha família toda. É isso que me marca a Taça, e ela está lá, no museu, com o nome de todos nós, para sempre", disse, respondendo pouco depois a Mourinho, que referiu faltar uma Taça ao Benfica.
"O Sporting ganhou a Taça, que está no museu porque fomos melhores, é tão simples quanto isso. E porque a merecemos. O ruído é vosso ou deles, não é meu. Sei é que está no museu e é nossa, com todo o mérito, a 101%, por tudo aquilo que os rapazes fizeram e pelas contrariedades que fomos tendo. Estiveram focados e ambiciosos na conquista, e virámos a eliminatória no último minuto, nesse sentido", atirou.
Já a renovação de Pote é um voto de confiança e confessou, ainda, que não se importava de renovar com todos os jogadores do plantel leonino.
"Tem haver com a confiança que o clube e a equipa técnica tem com ele. Aumenta também a responsabilidade dele, mas está muito focado em querer ganhar mais, em ajudar, que perdeu muitos meses de jogo a época passada, e que está a voltar à melhor forma. Está a ser um jogador importante, quer ser e todos sentimos isso" disse o técnico leonino, antes de pegar nas palavras de Frederico Varandas sobre a importância do clube continuar a vencer.
"Não se podem cansar de ganhar, e essa é a maior luta que podemos ter. Faz parte da exigência do ADN do Sporting, querer ganhar. É manter toda a gente ligada. Temos muita coisa para ganhar ainda, algo muito difícil como o tricampeonato, que, se formos, vai marcar a história do clube. Daqui a 30 anos vão falar deles. Temos de querer ganhar mais. Temos de mantê-los vivos. O presidente diz, e bem, que não chega. Queremos mais, e muito mais, é natural", garantiu.
Por fim, Rui Borges disse que terão de ter cuidado com a sobrecarga física para o jogo com o Paços, disse que Nuno Santos e Dani Bragança são os únicos jogadores no boletim clínico e comentou as palavras sobre Ruben Amorim.
"Eu sou fã do Ruben também. A gente aprende com os melhores e se ele ganhou é porque é bom. Teve o seu mérito de marcar e trazer o Sporting para uma era de vitórias, só que não vai voltar [risos]. Por mais que queiram. O Ruben não vai voltar, só se for daqui a muitos anos, por tudo que vai ser o caminho desportivo dele em termos de treinador"
Sporting e Paços de Ferreira medem forças este sábado, às 20.15 minutos, num duelo a contar para a terceira eliminatória da Taça de Portugal.

