Rui Costa e Vlachodimos: “Não vou atirar para baixo do tapete o que aconteceu”
O presidente do Benfica abordou as saídas do plantel do Benfica com vista a 2023/24 e deu natural destaque ao que sucedeu com o guarda-redes grego e com Gonçalo Ramos, que rumou ao PSG antes do clássico com o F. C. Porto. “Ainda tentámos que jogasse a Supertaça, mas quando um jogador já tem uma proposta, esqueçam…”.
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Rui Costa detalhou os processos que levaram às saídas, definitivas ou por empréstimo, de vários futebolistas encarnados, abordando com mais atenção o processo que levou Vlachodimos a rumar ao Nottingham Forest.
“Não deixa de ser uma situação sensível. Não vou atirar para baixo do tapete o que aconteceu. O Odysseas representou o Benfica cinco anos e merece o maior respeito, mas depois do que aconteceu foi o próprio que teve vontade de chegar a uma solução”, começou por referir Rui Costa, antes de recuar no tempo para assegurar que a saída se deveu, principalmente, à chegada de Trubin.
“No ano passado, a dois dias do fim do mercado, o Odysseas teve uma proposta do Ajax, muito vantajosa para ele, mas nem pudemos olhar para a oferta porque só tínhamos dois dias para ir ao mercado. A vinda do Trubin já daria concorrência na baliza e chegando uma proposta, como chegou a do Nottingham, vantajosa para o Benfica e para o atleta, o melhor para ambas as partes era aceitar”, acrescentou.
“O Odysseas sai da mesma maneira que entrou, com uma grande relação com o clube e estaremos sempre gratos pelo que ele fez no Benfica. Mas a vida de um jogador e de um treinador é assim, faz-se de ciclos e o ciclo dele no Benfica acabou”, destacou o líder das águias antes de abordar a questão de Gonçalo Ramos, que rumou ao PSG a poucos dias da Supertaça Cândido de Oliveira.
“Não fiquei surpreendido pelo timing, porque não depende de nós. Quando vou contratar um jogador não olho para o calendário da equipa onde ele joga. Partindo do princípio que é um empréstimo com opção de compra, algo que tem a ver com o fair-play financeiro do PSG, em nada muda o que queríamos receber pelo Gonçalo. Tentámos adiar a saída para depois da Supertaça, mas a partir do momento em que há uma proposta formal, esqueçam, não vale a pena continuar a contar com ele no Benfica. Isso é uma ideia romântica. Um jogador que vai assinar por aqueles valores, ficar mais uma semana para enfrentar uma final com tudo o que isso implica é impossível. Não estava com a Supertaça na cabeça e é normal que não quisesse arriscar nada”, explicou Rui Costa.
Folha salarial idêntica
Além destes dois casos específicos, o presidente do Benfica referiu-se a várias outras saídas, com destaque para Lucas Veríssimo, que precisava de jogar para ganhar ritmo após uma lesão grave, e salientou o facto de ter conseguido manter a folha salarial do clube em relação a 2022/24, mas com uma grande diferença.
“Quando decidimos diminuir os ativos, sabíamos que era possível que alguns deles não fossem vendidos, o que terá reflexos no Relatório e Contas, mas baixou a folha salarial e esse valor foi alocado a 100% na equipa principal do Benfica. Este plantel, em termos de custos salariais, é exatamente igual ao do ano anterior. Não subiu nem um euro, precisamente porque conseguimos condicionar os empréstimos e os valores que despendíamos com jogadores que não estavam no plantel”, adiantou Rui Costa, antes de abordar o ataque do clube às transferências.
“Foi uma ida ao mercado equilibrada, sobretudo pela saída do Gonçalo, como é óbvio. Foi para equilibrar contas, sim, mas sempre tendo em conta o projeto desportivo. Estou satisfeito com o mercado, trouxe-nos mais-valias para o plantel e foi tudo feito de forma equilibrada”, defendeu o presidente do Benfica.