<p>O Benfica foi goleado pelo Hapoel, em Telavive (3-0). E, pela sétima vez em nove participações na Champions, voltou a ficar na fase de grupos. Um voo curto de uma águia sem asas para a Europa, que investiu a pensar em outros objectivos.</p>
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Apenas em 1994/95 e em 2005/06 os encarnados conseguiram atingir a fase eliminatória - quedaram-se pelos quartos-de-final -, da principal prova europeia. Nesta lógica, poderia referir-se que o desaire de ontem é mais um capítulo à imagem do percurso europeu do Benfica nas últimas duas décadas. Todavia, o forte investimento nos dois anos mais recentes - 64 milhões em reforços -, e as expectativas dos responsáveis da águia sugeriam outro final, até porque o apuramento permitiria um encaixe de cerca de três milhões de euros.
Os verdadeiros efeitos do desaire talvez só sejam apurados nos próximos dias, principalmente em relação à liderança do treinador. O apuramento para os oitavos-de-final da Champions constava do novo caderno de encargos, ratificado pela cúpula dirigente depois da humilhação no Dragão. E o incumprimento, num grupo acessível, deixa marcas e pode gerar consequências...
No final do confronto, Jorge Jesus lembrou o domínio estatístico e falou em falta de sorte. A análise pode revelar-se parcialmente verdadeira, mas é necessário não esquecer que a formação da Luz tem concedido uma imagem de elevada fragilidade fora da portas.
Na principal prova europeia, não marcou qualquer golo em três confrontos. Mas o cenário ganha contornos de maior visibilidade e preocupação numa análise global à temporada.
O campeão nacional venceu apenas dois dos oito jogos do calendário oficial na condição de visitante. E apresenta um saldo negativo de 16 golos sofridos e apenas quatro marcados. Apenas Marítimo e Portimonense constam do álbum de triunfos fora de portas em 2010/11, com vitórias mínimas nas duas ocasiões (2-1).
Nacional (2-1), Vitória de Guimarães (2-1), Schalke (2-0), Lyon (2-0), F. C. Porto (5-0) e Hapoel (3-0) completam uma estrada confrangedora.
O desaire na Supertaça, em Aveiro (2-0), em campo neutro, acentua a dificuldade do conjunto em jogar em ambientes adversos.