O treinador do F. C. Porto, Sérgio Conceição, fez a antevisão do duelo desta terça-feira com o Atlético de Madrid, da última jornada da Liga dos Campeões, garantindo que os azuis e brancos tudo farão para garantir o primeiro lugar do Grupo B. Depois do empate com o Santa Clara, que deixou a equipa a oito pontos do Benfica no campeonato, o técnico admitiu que ainda procura a melhor forma para que a equipa tenha sempre os mesmos índices de motivação. "Seja contra uma equipa da 3.ª Divisão ou na final da Champions".
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"Encaramos este como todos os outros jogos: com o intuito de ganhar três pontos, que nos possam garantir o primeiro lugar, que é bastante diferente de ficar em segundo. Foi com esse pensamento que preparamos este jogo. É uma preparação difícil, mais teórica, de vídeo, menos de campo. Chegámos ontem de madrugada, hoje ainda não vi os jogadores. No treino de hoje [à tarde] não dá para fazer nada de especial. Viagens, fusos horários, 60 e poucas horas de diferença. Não tem sido fácil...", começou por referir Conceição sobre a sobrecarga do calendário.
"Não vou ser incoerente: é bom o clube estar em todas as competições, jogar de três em três dias, mas tem de ser mesmo de três em três. Estive a ver a conferência do Ruben [Amorim, treinador do Sporting] e dou-lhe toda a razão, porque não é 48 horas antes que se antecipa um jogo. Tem de haver um planeamento no início. O cansaço não pode ser desculpa, porque temos de ter a mesma postura e determinação. Há muito a fazer da nossa parte, mas também no futebol português para que as equipas europeias sejam protegidas", explicou, antes de ser questionado sobre as diferenças entre a goleada ao Club Brugge e o empate com o Santa Clara.
"É a luta de todos os treinadores. Aquilo que queremos é que os jogadores tenham sempre a motivação no máximo, no red line. Em todos os momentos e não só nos jogos, porque isso é fundamental para a evolução. Eu não quis mudar muito [na equipa para o jogo nos Açores] e responsabilizo-me por isso, entre aspas, fazendo só uma mudança. Não fomos a equipa que eu esperava que fôssemos. Preferi pegar no que tínhamos feito de bem em Bruges. Já mudei muito e também não deu resultado. O Ruben fez mudanças e perdeu pontos, nós não mudámos e perdemos pontos", resumiu Conceição.
"Temos de estar tão motivados contra uma equipa da 3.ª divisão como na final da Champions. Ainda não encontrei um antídoto para que isso não aconteça. Eu, nesse sentido, não facilito absolutamente nada. Depois aparece uma ou outra reação, porque mesmo em casa, a jogar com os meus filhos, tenho exigência máxima para ganhar, quanto mais no meu trabalho", afirmou.
"Queria ter a capacidade de motivar jogadores para estarem sempre no máximo do seu potencial. Ainda não a encontrei, mas não perco a esperança, porque também eu continuo a evoluir. Fortes, sempre", acrescentou o treinador.
"Podia chamar os miúdos da Youth League, mas..."
Além de não poder contar com os lesionados Pepe e Veron, Conceição também não terá David Carmo e Uribe frente ao Atlético de Madrid, já que o central e o médio cumprem castigo, com o treinador a assumir que as opções ficam curtas.
"Ainda não estive com o Marcano, ninguém me informou de nada. Tem trabalho bem, é experiente e importante no balneário e nos treinos, porque dá sempre o máximo. Estamos limitados, o Veron provavelmente está fora, o Pepe está fora, tal como Uribe e David Carmo. Até podíamos chamar os miúdos da Youth League, mas eles também têm um jogo decisivo com o Atlético. Estou um bocado limitado", resumiu.
Preferindo não se focar no campeonato - "a seu tempo falaremos disso, às vezes convém não olhar muito para o futuro" -, Conceição não se fia na crise do Atlético que, além de estar fora dos oitavos da Champions segue a nove pontos do líder Real Madrid.
"É sempre uma grande equipa. Tem jogadores que se conhecem muito bem e, independentemente do momento, o Atlético vai fazer uma época positiva, porque tem essa qualidade. Numa época há ciclos e este será um menos bom do Atlético. O nosso também não é bom na Liga e, se amanhã não correr bem, também vão falar de crise no F. C. Porto", finalizou o técnico.