O "clã" Gracie trouxe ao mundo esta nova arte marcial, no início do século XX, mas campeonatos como os de UFC fizeram com que a modalidade explodisse muito para além de Belém, Brasil - terra natal da família fundadora do JiuJitsu. Hoje, crianças e adultos procuram este estilo de luta para se poderem reconfortar numa confiança aprendidas nas aulas e que "nunca se sabe se poderá dar jeito nas ruas", diz Carlos Fernandes, aluno e professor da academia Art'Suave, em Gaia.
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Num clima tranquilo e risonho, turmas são orientadas para aprender, quer no plano teórico quer no plano prático, manobras de Jiu-Jitsu, para prevenirem "situações de bullying nas escolas através dos valores e técnicas que lhes tentamos passar", ressalva Maria João Ribeiro, treinadora destes alunos mais novos.
Neste aspeto específico, a dupla de professores está em concordância que o JiuJitsu se trata de uma arte marcial perfeita para evitar que o agredido se torne agressor "já que tudo gira em torno da forma como se controla o adversário sem ter que haver um único soco, na maior parte das vezes".
Nos treinos, rapazes e raparigas treinam juntos e sem qualquer tipo de preconceito. Os diferentes "cenários onde os alunos podem ter que intervir são estudados e treinados para que eles saibam como têm que agir e até onde é que podem ir", salienta Maria João Ribeiro.
Para já, a competição ainda não é algo presente na formação da academia, mas que já começa a "ser planeado" e isso "curiosamente veio motivar muitas das crianças que sem esta faceta competitiva estavam a perder um bocado o elo de ligação à modalidade" referiu o treinador.
No futuro, Carlos Fernando não coloca de lado a possibilidade de um aumento de praticantes proporcional à violência e crime nas ruas. Essa ligação "ainda não se fez notar, mas acho natural que com o tempo se torne mais evidente, já que as pessoas vão procurar sempre defender-se".
Para qualquer jovem que possa estar interessado em ingressar nas fileiras da Art'Suave, Maria João Ribeiro garante ter "as portas abertas a qualquer um que queira vir conhecer a excelente comunidade de JiuJitsu que existe".
Testemunhos de atletas:
Diogo Dias, 8 anos
"O meu padrinho disse-me para vir experimentar e adorei porque comecei a aprender a defender-me e agora divirto-me imenso aqui"
Sofia Tarasavna, 13 anos
"Gosto bastante de artes marciais e gosto de me saber defender. O meu pai já praticava jiujitsu e foi ele que me convenceu a vir para cá"
Salvador Soares, 11 anos
"Agrada-me a brincadeira e a diversão, mas vim porque sofria de bullying algo que, graças ao ArtSuave, deixou de acontecer"