Rafa e Grimaldo assinaram dois golos, em quatro minutos, após um regresso em falso do balneário. Triunfo garante mais 2,7 milhões de euros
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O Benfica entrou com o pé direito e venceu a primeira batalha da Champions, ontem, diante do Maccabi Haifa, na Luz. Os encarnados mantêm o pleno de triunfos na temporada, selando o décimo sucesso, num contexto em que eram quase forçados a garantir os três pontos, já que defrontavam o rival mais acessível antes dos duelos com os gigantes Juventus e PSG.
Apesar de teoricamente mais fraco, o bicampeão israelita revelou-se um osso muito duro de roer. Fisicamente forte, equilibrou a discussão na primeira parte e assustou na reentrada. Uma ameaça que despertou a águia e, principalmente, Grimaldo. O espanhol, numa "faena" letal de apenas quatro minutos, serviu Rafa e depois garantiu mais 2,7 milhões de euros com um golo que fez vibrar os 55161 espectadores presentes.
O Maccabi Haifa entrou na Luz de forma agressiva e utilizou o habitual menu pressionante das águias. Dificultou a saída dos encarnados, que ainda assim tentaram ultrapassar a barreira de forma tranquila e socorreram-se também do passe longo, a aproveitar a velocidade de Rafa. As fórmulas eram utilizadas alternadamente, mas sem grande fluidez na circulação de bola.
Enzo Fernández desmultiplicou-se em várias tarefas, quer a reequilibrar a equipa no plano defensivo quer a tentar servir o ataque. João Mário e Grimaldo estiveram mais afinados do que Neres e Bah na direita, mas ainda assim a equipa não conseguiu desenvolver o jogo habitual.
O duelo tornou-se algo físico, dividido e discutido a meio-campo, e a pedir maior velocidade de raciocínio. Enzo Fernández, quem havia de ser, teve esse rasgo. Isolou Rafa, mas o atacante não revelou poder e energia para derrubar Cohen.
Ao descer ao balneário, o onze de Roger Schmidt sabia que teria de melhorar muito para selar os três pontos. A reentrada foi em falso, Abu Fani surpreendeu Florentino e só a coragem de Vlachodimos salvou a equipa. Mas o susto talvez tenha servido para acordar o conjunto, ou pelo menos Grimaldo. Em quatro minutos, o espanhol serviu de bandeja Rafa e depois fez jus à prova e assinou uma bomba com carimbo de Champions.
Dois duros golpes que anestesiaram os israelitas e deixaram a águia numa posição privilegiada para gerir e tentar aproveitar o espaço para sentenciar o duelo. As arrancadas de Rafa ainda fizeram vibrar a Luz, mas o português, capaz do melhor e do pior, falhou no momento do passe.
Mais: Foi o dia de Don Grimaldo, mas Enzo Fernández esteve em todo lado. Rafa marcou, imprimiu velocidade, mas foi bipolar. António Silva voltou a demonstrar classe.
Menos: Otamendi sofreu um choque violento que deixou a Luz à beira de um ataque de nervos, face à onda de lesões no centro da defesa. Neres revelou pouca inspiração.
Árbitro: Sereno e sem "ouvidos" para o protesto de alguns jogadores, o sueco manteve frieza e sobriedade nas decisões.