Atleta do Lourosa admitiu que ponto que lhe valia as semifinais do Nacional devia ser repetido.
Corpo do artigo
Com apenas 17 anos, Inês Fernandes fechou o pódio do último campeonato nacional de seniores, em Vila Nova de Gaia, um feito notável que foi abrilhantado por um gesto de fair-play, no jogo dos quartos de final, que lhe valeu um cartão branco a premiar atitudes eticamente corretas.
A vencer por 2-1 em sets e com o resultado em 11-10 no quarto parcial, a atleta do Lusitânia de Lourosa servia para fechar o encontro frente a Mariana Santa Comba, do CTM Mirandela. "Assim que servi meti logo a mão meio no ar a pedir a repetição" por sentir que a bola tinha tocado na rede, conta a jogadora, mas o ponto prosseguiu e acabaria por lhe sorrir.
A adversária pediu de imediato a repetição da jogada, e perante a recusa inicial do árbitro Inês admitiu que a bola do seu serviço tocou ao de leve na rede. "Por minha iniciativa, disse ao árbitro que tinha sido "net". Fui ensinada assim, a dar mais valor ao fair-play", vinca.
O ponto acabou mesmo repetido, tal como o seu desfecho inicial, com Inês Fernandes a apurar-se para as meias-finais do Nacional. Mesmo que tivesse perdido o jogo, a jovem teria ficado de "consciência tranquila", porque "ser justa é o mais importante".
No final, a adversária agradeceu-lhe o gesto e a comitiva lusitanista deu-lhe os parabéns pela atitude: "Disseram-me que tinha de ser assim".
Um talento que o desporto escolar ajudou a descobrir
Há nove anos, Inês Fernandes descobriu o ténis de mesa através do desporto escolar. "O Tony [Rato] disse-me que eu tinha potencial para ser uma grande jogadora", e a previsão do treinador tem-se revelado acertada. No currículo, a atleta conta com um título de campeã nacional, no escalão de infantis, e várias conquistas de âmbito regional, tanto em Aveiro, pelo Lourosa, como na Madeira, pela Ponta do Pargo. Inês Fernandes sonha fazer carreira na modalidade e, no futuro, poder desempenhar o papel de treinadora.