Clubes incorrem em multas que podem ascender aos 20 mil euros.
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O V. Guimarães-Benfica, que terminou com o triunfo encarnado, face ao golo solitário de Cervi, prossegue ativo depois do apito final, não só por causa do lance que marcou o jogo, na área benfiquista, entre Davidson e Rúben Dias, mas também devido ao comportamento dos adeptos nas bancadas, o que obrigará o Conselho de Disciplina, da Federação Portuguesa de Futebol, a aplicar multas pesadas aos dois clubes - amanhã será conhecida a pena.
De acordo com os regulamentos, os dois incorrem em multas no valor mínimo de 10 200 euros e, no máximo, de 20 400, uma vez que tanto os vitorianos como os benfiquistas são reincidentes neste tipo de situações.
O jogo foi interrompido em quatro ocasiões, devido ao arremesso de objetos para o relvado, nomeadamente tochas e cadeiras, e quase sempre por adeptos encarnados.
Ora, por norma, em casos idênticos, estas situações são punidas com multas avultadas, mas o terceiro ponto do artigo 183.º do regulamento disciplinar prevê uma sanção ainda mais grave que pode ir à interdição.
Diz assim: "Se, no decurso da mesma época desportiva, o clube já tiver sido punido nos termos do número anterior, é punido com a sanção de realização de jogos à porta fechada a fixar entre o mínimo de um e o máximo de três jogos e, acessoriamente, com a multa de montante a fixar entre o mínimo de 100 UC (10 200 euros) e o máximo de 200 UC (20 400 euros)".
Benfica reage
Ciente da gravidade do sucedido, o Benfica emitiu, no site oficial, uma nota à Comunicação Social, com seis pontos, onde "lamenta e repudia de forma veemente o comportamento dos adeptos dos dois clubes envolvidos no arremesso de objetos e engenhos para dentro do recinto que motivou a paragem do jogo em vários períodos". Mas vai mais longe: "Condenamos claramente os adeptos afetos ao nosso clube envolvidos nesses arremessos, reafirmando o nosso empenho em que tais comportamentos sejam totalmente banidos, considerando que os mesmos só prejudicam o Benfica". As águias, de resto, responsabilizam "as forças de segurança pela incapacidade de controlar tais comportamentos".
Governo promete pena
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, também comentou as ocorrências no D. Afonso Henriques, garantindo que terão "consequências". "Quero garantir que vão ser punidos", disse.
Pormenor
Petardos escondidos na roupa interior ou em maços de tabaco
Apesar do perigo que acarreta, a pirotecnia continua a ser usada nos estádios de futebol. Sejam petardos, tochas ou potes de fumo, têm sempre dimensões reduzidas e, por isso, são facilmente camuflados, o que faz com que muitos desses objetos pirotécnicos escapem ao controlo feito por seguranças na entrada para os recintos de jogo. Cabem em maços de tabaco ou na roupa interior e, mesmo na era Big Brother, é difícil as câmaras identificarem quem os deflagra.