Geraldo vive em Bucareste há cerca de sete anos, apesar de um início pouco prometedor.
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A Bucareste de hoje está longe de ser a Bucareste de há uns anos e há quem o possa comprovar. "Quando cheguei, as estradas não estavam bem feitas, o centro histórico estava degradado, os prédios eram velhos, os próprios estádios não tinham grandes condições... Mas foi melhorando com o tempo e agora é tudo muito mais evoluído". Entretanto, passaram-se sete anos e Geraldo lá continua pela capital da Roménia: "A verdade é que não pensei ficar tanto tempo. Até porque vim um pouco desconfiado e a primeira impressão foi assustadora", recorda, ao JN.
Está bom de ver que o ceticismo foi morrendo pelo caminho. "Em Portugal, temos uma imagem completamente distorcida dos romenos. Aqui, há pouca criminalidade, é raro ouvir-se problemas relacionados com drogas e Bucareste é uma ótima cidade para se viver, com um custo de vida muito barato e vários espaços verdes", enumera o defesa português, lamentando apenas "a corrupção que está em quase todas as atividades".
E se "poucos meses" bastaram para Geraldo se entender com o idioma romeno, mais difícil tem sido a convivência gastronómica. "Não sou muito fã da comida típica daqui. Felizmente, há uns meses, abriu aqui um restaurante português e dá para matar as saudades da comida de casa", conta o futebolista, de 36 anos. Uma carreira, sim, mas não só: "A minha mulher e a minha filha são romenas. É óbvio que a Roménia já tem um cantinho especial no meu coração", sentencia Geraldo.
Passe curto
Nome: Geraldo Washington Regufe Alves
Clube: Astra Giurgiu
Idade: 36 anos (08/11/1980)
Posição: Defesa
Na estrada... com carroças
Há a "riqueza e a ostentação" de Bucareste, mas a Roménia é todo um universo muito mais diversificado. "Fora da capital, o país é bem mais bonito. Tem muitas zonas rurais, florestas maravilhosas, montanhas... Quando é para passear, é muito melhor sair de Bucareste", revela Geraldo. Mas não é só na hora do passeio que o defesa português bate de frente com as diferenças entre a metrópole e o meio rural. E diariamente é vê-lo partilhar a estrada que leva Bucareste ao centro de treinos do Astra com outros carros, mas não só. "Passamos por muitas aldeias e como não há passeios as pessoas andam no meio da estrada. É carroças com bois, velhinhas com botijas e compras na cabeça... Dá para tudo", conta, entre risos.