O Benfica assumiu o comando da Liga, ao ganhar ao F.C. Porto, por 2-0, na Luz. Golos de Rodrigo e Garay ilustraram a superioridade das águias, que tiveram o jogo controlado do primeiro ao último minuto.
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Poucas vezes, nos últimos 20 anos, o Benfica terá conseguido, diante do grande rival F. C. Porto, uma vitória tão simples! Sobram razões para explicar tamanha surpresa. E nelas não se inclui o "efeito Eusébio". Sendo certo que os jogadores da águia estavam motivados para "oferecer" o triunfo ao Pantera Negra, não é menos verdade que a vitória passa, e muito, por aquilo que o F. C. Porto não fez. E, neste particular, Eusébio não entra.
O tricampeão nacional apenas criou oportunidade e meia de golo. Na primeira, Jackson estava fora de jogo; na segunda, Artur Soares Dias encarregou-se de fazer um corte de carrinho, ao assinalar falta sobre Quaresma, quando devia ter deixado prosseguir o lance, pois o ponta de lança portista apenas tinha Oblak pela frente. Não, este não foi o único erro do árbitro. Já lá vamos...
O F. C. Porto até foi dono da bola durante bons períodos, só que nunca soube o que fazer com ela. Carlos Eduardo e Lucho González não tiveram critério na distribuição do jogo e esse drama também se deve ao meio-campo do Benfica, sobretudo a Matic e a Enzo Peréz, dois jogadores com um coração daqueles que só param de bater na 25.ª hora do dia. A isto chama-se alma. Sim, o Benfica foi uma equipa de alma muito grande, ao contrário do F. C. Porto, onde apenas Fernando jogou com a cabeça e o coração. E por aqui passou, muito, o sucesso da formação de Jorge Jesus.
Claro que o encontro correu de feição às águias. Marcaram cedo, por Rodrigo (12), e mataram o jogo aos 53 minutos, num cabeceamento fulminante de Garay. Ao ganharem rapidamente vantagem, desestabilizaram o adversário, ofereceram-lhe a bola, e fecharam-se a sete chaves, com onze jogadores atrás da linha de circulação dos azuis e brancos, que nunca se sentiram confortáveis em desvantagem, talvez por não estarem habituados, um dado bem visível na forma atrapalhada como os seus defesas entregaram bolas ao adversário, Helton incluído.
E a isto se resume o encontro, meio morto no primeiro tempo e acelerado no segundo, num pico de tensão que se esfumou na expulsão ridícula de Danilo - mesmo que não tenha existido penálti, simulação não houve, seguramente. Quando o brasileiro viu o segundo amarelo, o jogo terminou, no que concerne ao resultado.
A águia virava o campeonato na frente e entrava embalada na segunda volta. O dragão, esse, saía da Luz com necessidade de acordar.