Antigo treinador do Sporting considera o Benfica favorito frente a belgas em crise.
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Franky Vercauteren, antiga estrela do Anderlecht, equipa belga que ganhou a Taça UEFA de 1983 ao Benfica, segue o futebol português com atenção, após uma curta passagem como treinador pelo banco do Sporting, em 2012/13. Nomeado diretor técnico da Federação Belga de Futebol, estará com Domenico Tedesco, o novo selecionador, em Bruges, para ver o jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.
"O Benfica é favorito. O Brugge está a tentar reencontrar-se. Esteve muito bem na fase de grupos da Champions, mas anda aos altos e baixos no campeonato. Não é a mesma equipa de há uns meses", começou por explicar ao JN. Desde o jogo em casa com o F. C. Porto, algumas mudanças foram operadas e a mais evidente passou pela troca de treinador, com a chegada de Scott Parker. Só que o inglês não conseguiu inverter o rumo dos acontecimentos - regista uma vitória, cinco empates e uma derrota.
"Alguns jogadores estavam em grande forma há uns meses e a equipa sentia-se confiante. Agora, o Brugge está sem confiança", afirma o antigo extremo, que destaca o médio belga Hans Vanaken e o avançado neerlandês Noa Lang como as grandes figuras de uma equipa que ainda tem Yaremchuk, avançado ucraniano que não vingou no Benfica. "Podem fazer a diferença, mas nunca ganham sozinhos", adianta o diretor técnico da federação belga. "Mas o melhor jogador do Brugge é sempre a equipa. É ali que está a diferença", acentua.
Franky Vercauteren desvalorizou a saída de Enzo Férnandez, médio argentino transferido para o Chelsea e que agitou o mercado. "Perder um jogador faz parte do futebol. O Benfica está seguramente a tratar da situação. O clube tem sucesso a comprar e a vender jovens jogadores. Faz parte da sua política e das suas necessidades. Mas já é passado", disse Vercauteren, que não quis destacar nenhum jogador dos encarnados.
Em Portugal, o belga teve uma passagem fugaz pelo Sporting, expressa em 11 jogos, numa altura de enorme instabilidade do clube leonino, que acabaria a época no sétimo lugar da Liga. "Mas foi genericamente positivo, pois sou alguém que pensa sempre dessa forma, mesmo com os problemas na equipa e a situação financeira. Foi interessante conhecer o clube, ver como se trabalhava, as pessoas, como era Lisboa e como estava a Liga. Mesmo quando as coisas parecem negativas há um lado positivo. São experiências. Tento sempre aprender e no Sporting aprendi muito", concluiu.