Depois do domínio absoluto em 2022, neerlandês é o grande favorito para a nova época, mas Ferrari e Mercedes querem ter uma palavra a dizer.
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O Grande Circo regressa este fim de semana, com o Bahrain a abrir a mais longa temporada da história da competição. Vinte pilotos de 10 equipas enfrentam uns inéditos 23 grandes prémios e seis corridas "sprint" em busca da "volta perfeita" e de um sonho - ser campeão do mundo -, que, como sempre acontece na elite do desporto motorizado, está ao alcance de muito poucos. Bicampeão em título, Max Verstappen entra em 2023 com uma dose de favoritismo como há muito não se via, mas o neerlandês e a Red Bull não podem levantar o pé, sob pena de verem a Ferrari e a Mercedes cada vez mais perto nos retrovisores.
Depois do título de 2021 ter sido decidido na última corrida, frente a Lewis Hamilton e com muita polémica à mistura, o ano passado foi um autêntico passeio no parque para "Super Max". Após um início em que dividiu o protagonismo com o Ferrari de Charles Leclerc, estabeleceu um novo recorde de vitórias numa só época (15) e deixou a concorrência a léguas. Mais maduro e a cometer, claro, menos erros do que no início da carreira, a primeira preocupação de Verstappen em 2023 terá de ser com o companheiro de equipa, Sergio Perez, muito embora seja provável que, em caso de necessidade, as ordens de equipa de Red Bull privilegiem o bicampeão.
Ferrari muda no topo
Com duas vitórias nas três primeiras corridas de 2022, a Ferrari parecia capaz de lutar pelo título mundial - pela primeira vez desde 2007 -, mas muitos erros estratégicos, e alguns dos pilotos, deitaram tudo a perder e levaram à saída do muito criticado Mattia Binotto. Frederic Vasseur deixou a Alfa Romeo e é o novo diretor de equipa, com Charles Leclerc e Carlos Sainz a manterem-se como pilotos da marca do cavalinho rampante e com qualidade mais do que suficiente para darem o passo em frente, isto, claro, se a Ferrari mostrar a fiabilidade que faltou no ano passado.
Hamilton e a eternidade
A Mercedes dominou a era híbrida da F1, mas depois de ter perdido o título de pilotos para Verstappen em 2021, no ano passado viveu uma autêntica travessia no deserto. O início de temporada foi, aliás, penoso e a marca celebrou apenas uma vitória - George Russell, no Brasil, já em novembro -, com Lewis Hamilton a viver a primeira época da carreira na F1 sem subir ao lugar mais alto do pódio. Empatado com Michael Schumacher como recordista de títulos mundiais (sete), será desta que Sir Hamilton chega ao oitavo céu?
Factos e números
3 estreantes
Oscar Piastri (McLaren), Nyck de Vries (AlphaTauri) e Logan Sargeant (Williams) são as caras novas na grelha de partida em 2023.
Las Vegas no calendário
Além de Miami e Austin, os Estados Unidos recebem uma terceira corrida, com o circuito citadino de Las Vegas (na conhecida Strip) a fazer a estreia no Grande Circo.
Seis corridas sprint
Azerbaijão, Áustria, Bélgica, Catar, Estados Unidos e Brasil recebem corridas sprint, que dão pontos e servem como qualificação para os GP.
Fundo plano e redução de peso
O fundo plano dos monolugares foi elevado em cinco milímetros. Outras alterações incluem a redução de peso mínimo para 796 kg e o aumento dos espelhos retrovisores.
Qualificações alvo de teste
A nova temporada servirá de teste para um novo formato de qualificações. Assim, em dois grandes prémios, os pilotos usarão pneus duros na Q1, médios na Q2 e macios na Q3.
O eterno Fernando Alonso chega às duas décadas na F1
Aos 41 anos, espanhol inicia a 20.ª época no Grande Circo e isola-se como rei da longevidade
Melbourne, 4 de março de 2001. O início da temporada em que Michael Schumacher acabaria por conquistar o quarto dos sete títulos mundiais que festejou tinha, na grelha de partida, dois nomes que se tornariam ícones da Fórmula 1. Kimi Raikkonen e Fernando Alonso são dois dos maiores exemplos de longevidade e, enquanto o finlandês se retirou no final de 2021, o espanhol continua aí para as curvas.
Até este ano, Alonso dividia com Raikkonen e o brasileiro Rubens Barrichello o estatuto de piloto com mais temporadas na F1 (19), com o asturiano a chegar, agora, às 20 épocas e a prometer elevar mais uns quantos recordes dos quais já é detentor: com 358 grandes prémios no currículo, superou as marcas de Raikkonen (353) e Barrichello (326), sendo que, do atual "pelotão", apenas Lewis Hamilton (310) se aproxima.
Bicampeão do Mundo em 2005 e 2006 com a Renault, Alonso foi vice em 2010, 2012 e 2013, fazendo uma pausa na F1 entre 2018 e 2020, aproveitando para conquistar, por duas vezes, as 24 Horas de Le Mans. Agora, como novo piloto da Aston Martin vencer será quase impossível, mas o pódio é um sonho bem real.