Vítor Bruno: "Dependemos apenas de nós para chegar ao primeiro lugar. Que ninguém se esqueça disso"
Vítor Bruno fez o lançamento do jogo contra o Gil Vicente, num encontro marcado para domingo, às 20.30 horas, no Estádio Cidade de Barcelos. O técnico dos azuis e brancos confirmou a presença de Moura e Varela na convocatória, falou das aprendizagens do jogo na Choupana e da ambição "em iniciar bem a segunda volta".
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"O Gil Vicente vem de uma vitória moralizadora para a Taça de Portugal, dos oito jogos em casa, tem apenas uma derrota, já recebeu o Braga e o Sporting. Tudo isso demonstra o que vive. Está completamente diferente da primeira volta. Olhar para um adversário que nos cria sempre dificuldades, temos de conquistar os três pontos e iniciar bem a segunda volta", começou por dizer Vítor Bruno, falando, de seguida, um pouco sobre o desaire na Madeira.
"A ideia que fica, não querendo especular, porque nunca sabemos o que aconteceria, é que o golo sofrido muito cedo, acabou por fazer a equipa entrar em ansiedade e com dificuldade em descodificar como podia ferir o adversário. Na segunda parte, ficam quatro ou cinco lances em que podíamos ter feito golo. Agora, o desafio é de entrar no jogo com muita energia e não deixar para uma fase mais adiantada, sob pena depois podermos entrar numa fase desfavorável. Essa foi a grande aprendizagem do jogo da Choupana, que nos feriu, de uma equipa que teria chegar lá e ter ganho. Se calhar cometemos o erro de olhar para o destino final e de chegar a uma classificação que não conseguíamos há algum tempo e menos para aquilo que era o caminho. Que fique a aprendizagem para não voltar a cometer o mesmo erro", referiu.
O treinador do F. C. Porto falou, ainda, sobre a forma como a equipa lidou com este momento negativo e da visita do presidente André Villas-Boas.
"Muito do que acontece aqui, no dia a dia, para fora, é o lado mais invisível. Senti os jogadores com muita vontade de dar a volta ao momento. Perceber que nem tudo estava bem, nem tudo está mal. É verdade que o dia seguinte é difícil, mas a partir daí foi lançar as bases para o jogo do Gil. Só conheço uma forma de gerar sucesso, que é trabalhar. E os jogadores atiraram-se de uma forma muito séria e leal. A presença do presidente é sempre bem-vinda e gostamos que venha cá. Alguém muito experimentado, já passou no futebol, em diferentes funções, e essa é uma vantagem com capital de experiência acumulado no que pode passar aos jogadores. Agora, obviamente, que queremos muito inverter o que aconteceu na Choupana. O que é importante agora é perceber como o Gil vai jogar e atacar o jogo", atirou, mencionando que as dificuldades dos azuis e brancos nos jogos decisivos não é caso único e acontece um pouco pela Europa.
"Nós podemos fazer uma retrospetiva. As equipas flutuam muito ao longo das épocas, e não parece caso virgem o que aconteceu no F. C. Porto. Tem acontecido de forma transversal em muitas equipas, não só em Portugal, mas também na Europa. Já falei da questão de maturidade do plantel, da juventude, que pode ser uma forma de catapultar pela energia e elevar para patamares de rendimento elevado, porque quer muito e tem sede de vitória. Eu acho que é preciso olhar para cada caso e cada jogo. Como se ganharam jogos e como o adversário olhou para nós", observou o técnico do emblema portuense.
E acrescentou: "Queríamos muito estar em primeiro, mas, neste momento, dependemos apenas de nós para chegar ao primeiro lugar. Que ninguém se esqueça disso. Não hipotecámos o que é o nosso resultado final do campeonato. Estávamos a um ponto do primeiro. Começámos a jornada como melhor defesa, segundo melhor ataque. Não podemos olhar de forma fatalista, há coisas que estão a ser bem feitas, bem construídas e precisamos de ser mais consistentes".
Por fim, Vítor Bruno confirmou a disponibilidade de Alan Varela, Francisco Moura, a indisponibilidade de Martim Fernandes, e, após questionado, rematou com o tema da contestação dos adeptos.
"Na Choupana, em condições adversas, os adeptos nunca deixaram de apoiar. Nós sofremos, mas eles também sentem o dia a dia do clube de uma forma ímpar. A forma como se manifestam no final, acaba por ser normal de uma equipa que tem perspetivas de ganhar. Era mau sinal se isso não acontecesse. Nós queremos ter adeptos exigentes", concluiu.