Treinador do F. C. Porto, Vítor Bruno, fez a antevisão do clássico com o Benfica e quer que os dragões joguem "para ganhar" na Luz
Corpo do artigo
Três dias depois da derrota com a Lazio, em Roma, em partida a contar para a Liga Europa, o F. C. Porto voltará ao campeonato para o clássico da Luz e, numa prova em que os candidatos ao título têm perdido poucos ou nenhuns pontos frente às equipas menos cotadas, era importante perceber que tipo de margem de erro existe para os dragões neste embate com um adversário direto.
"No F. C. Porto, a margem de erro é sempre zero. É ganhar ou ganhar, sempre. Esta época tem dados diferentes da última, mas o campeonato tem 34 jornadas e vamos agora para a 11.ª. No ano passado, não foi nos jogos grandes que o título se decidiu, pelo contrário. O F. C. Porto quer muito jogar vindo de uma derrota e temos de jogar para ganhar. Depois, ganhar ou não terá de ser consequência do que fazemos em campo", afirmou o treinador Vítor Bruno.
"Este é um jogo com o grau de dificuldade que todos os jogos na Luz encerram. Há pouco tempo de preparação, houve uma viagem, jogamos ao terceiro dia, mas vamos jogar com um vínculo emocional para superar todos os constrangimentos. Queremos ser intensos, uma equipa à Porto, para adicionarmos uma vitória ao nosso caminho", acrescentou.
Sobre as críticas que se sucederam à derrota em Roma, o técnico portista respondeu: "Não jogamos para responder a ninguém, a não ser a nós próprios. Queremos ser uma equipa cada vez mais sólida, com espírito de missão e de conquista. A resposta que os jogadores me deram no treino logo na manhã seguinte ao jogo com a Lazio é de quem tem muito caráter e isso deixa-me perfeitamente descansado. Queremos agora dedicar uma vitória forte aos nossos adeptos, para que eles possam regressar ao Porto com um sorriso, ao contrário do que aconteceu em Itália, onde a derrota que sofremos foi demasiado cruel".
Questionado sobre o facto de o F. C. Porto ter jogado na quinta-feira, um dia depois da partida que o Benfica disputou em Munique, Vítor Bruno foi pragmático. "É sempre um constrangimento, é impossível negar. Temos de tentar que seja minimizado e temos gente capaz de otimizar os tempos de recuperação. Vamos priorizar o que é importante, levar isso a treino, canalizar o pensamento para o único desiderato que temos, que é ganhar amanhã, sabendo que as condições da preparação não são as melhores. Mas não nos vamos agarrar a isso em nenhum momento", indicou, sem se alongar sobre a forma mais defensiva como o Benfica alinhou frente ao Bayern.
"O que se passa na casa dos outros diz-me pouco. O Benfica já apresentou abordagens diferentes e temos de perceber o que tem feito recentemente. Golos que sofremos no tempo de compensação? São momentos que nos incomodam e temos de perceber como aconteceu. Em Itália, a equipa pode ter sido traída por ser demasiado ambiciosa. Podíamos ter sido mais reservados. Não queremos escudar-nos nas dores de crescimento, mas há questões que não podemos desprezar. Temos uma linha defensiva praticamente nova. Houve vários jogadores que chegaram nos últimos dias de mercado, tudo leva tempo a ser construído", disse, mostrando-se satisfeito com as recentes chamadas às seleções de jogadores como Samu, Tiago Djaló e Nehuén Pérez, por significarem uma "valorização do plantel".