Técnico do F. C. Porto desvaloriza o resultado da Supertaça porque "não há jogos iguais", elogia o Sporting, mas diz que a equipa leonina também vai encontrar um adversário "muito forte"
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Depois de ter levado a melhor na Supertaça, num jogo em que o F. C. Porto esteve a perder por 3-0 antes de dar a volta para 4-3, Vítor Bruno está à espera de outro tipo de clássico em Alvalade, com os dragões prontos para jogar nos limites.
"Não há jogos iguais, cada um tem uma vida própria. Espero um jogo altamente competitivo. É um clássico do futebol português, com um cariz imprevisível. As equipas sabem o que esperar uma da outra. Temos de ser fiéis ao que somos e estamos preparados para encharcar a nossa camisola de suor. Temos de ser uma equipa segura, sólida, confiante, mas também desconfiada porque sabemos que vamos defrontar um adversário forte", afirmou.
"Sporting ferido? Não acredito muito nas equipas estarem, ou não, feridas. Os sinais não têm sido esses, pois o Sporting deu uma resposta forte depois da Supertaça. É uma equipa bem conduzida, bem orientada, que já tem um percurso. Nós estamos a dar os primeiros passos. Temos de estar alerta porque sabemos o que pode acontecer se nos distrairmos. Vai ser preciso estarmos muito concentrados, metidos no nosso vício de ganhar, a querer desafiar os adversários, mas também a nós próprios. O Sporting também vai encontrar um F. C. Porto muito forte", acrescentou, desvalorizando ainda o facto de a equipa portista não ter conseguido marcar golos em superioridade numérica nos três jogos já disputados no campeonato: "São questões que foram levantadas, mas que não nos preocupam. Quando isso aconteceu, os jogos estavam praticamente resolvidos".
Sobre o facto de este clássico se disputar no dia seguinte ao fecho do mercado nas cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França), o que limita a possibilidade de saídas dos principais jogadores a partir da noite desta sexta-feira, Vítor Bruno disse: "Estamos na reta final, esperamos aqui algum equilíbrio, alguma calma. Os movimentos de mercado foram feitos porque tinham de ser feitos. Não procurámos ninguém em especial, procurámos porque tivemos que nos socorrer dos alvos que tínhamos identificados perante as saídas que aconteceram. Ninguém foi empurrado para fora. Os jogadores manifestaram vontade de sair, nós aceitámos o repto, em consonância com a Direção e defendendo sempre aquilo que são os interesses do clube".
"A partir do momento em que há um jogador que sai, nós tivemos de encontrar as soluções. Encontrámos soluções que nos agradam muito, estamos muito satisfeitos com aquilo que tem sido feito, com a forma como os processos foram conduzidos, também, de forma sigilosa, com algum grau de secretismo à mistura, só sabendo na última, quando o jogador já estava quase contratado e a sua chegada ao FC Porto", sublinhou, desviando-se de uma pergunta sobre a saída de Francisco Conceição: "Se me questionarem sobre jogadores que fazem parte do plante, respondo".
Em relação à possibilidade de algum dos reforços contratados ser opção para Alvalade, o técnico dos dragões deixou a porta aberta: "São reforços que chegam em estados de maturação diferentes. Alguns mais experimentados, outros menos, outros com um grau de conhecimento do clube mais aprofundado do que alguns que vêm de novo. Nesta fase, sinto que têm de fazer do treino o seu aliado mais forte. É aí que eles vão mergulhar naquilo que são as ideias da equipa, na relação com os colegas, perceber aquilo que pretendemos deles e a partir daí começar a estar disponíveis cada vez mais para ir a jogo com as nossas ideias. Alguns estarão [nas opções para Alvalade], veremos em que moldes, se a tempo inteiro, se num curto espaço de tempo. Depende do que o jogo pedir".
Vítor Bruno também comentou o sorteio da Liga Europa, dizendo que calharam ao F. C. Porto alguns "campeões nacionais", da Noruega, de Israel e da Dinamarca, para além de equipas "com história na Europa e com troféus europeus" conquistados [Manchester United, Lazio, Olympiacos]. "Teremos de estar perto da perfeição para chegarmos aos oitavos de final sem passar pelo play-off", disse.