João Lagos, diretor do Portugal Open, confessou, este domingo, a "alegria infinita" que a vitória de João Sousa provocou, considerando que o título do tenista em Kuala Lumpur representa "uma espécie de bandeira portuguesa no pico do Evereste".
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"Que alegria infinita", começou por dizer João Lagos à Lusa, para prosseguir com um desabafo: "Esta vitória do João Sousa representa uma espécie de bandeira portuguesa no pico do Evereste".
O diretor do maior torneio de ténis português recordou que "há anos e anos" que muitos ansiavam por este momento.
"Na parte que me toca estou feliz da vida, porque é um marco, uma plataforma que se atinge, a de um jogador português a ganhar um open do Atp tour, e ao mesmo tempo, dá-me a ideia que ele entra diretamente no 'top-50', por isso é um dia inesquecível", reconheceu.
Para João Lagos, o primeiro tenista português a ganhar um torneio ATP atingiu um patamar "sólido, consistente", bem diferente da vitória "esporádica" de Michelle Larcher de Brito em Wimbledon sobre Maria Sharapova.
"Ele vem sistematicamente derrotando, de umas semanas a esta parte, jogadores teoricamente mais fortes do que ele em termos de ranking. Isto quer dizer que há uma consistência de jogo, toda uma atitude guerreira que faz com que ele venha para ficar. E ainda por cima, se aliarmos a isso o facto que, do ponto de vista técnico, tem ainda uma muito boa margem para progredir. Portanto, se o trabalho dele for orientado no sentido de melhorar e ir atrás dessa margem ele poderá ficar instalado no 'top-50' muito, muito tempo e passar aos 40, aos 30, aos 20 e sabe deus...", disse.
O diretor do Portugal Open destacou o facto de Sousa ter ganho a um "top-10", neste caso David Ferrer, e ter vencido Julien Benneteau, que também tinha vencido um dos dez melhores tenistas do mundo.
"Ele está a jogar ao nível dessa gente e isso vai fazer com que ele fique solidamente no 'ranking'. Ele tem umas condições atléticas excecionais para a prática da modalidade e com esses ajustes técnicos é de esperar uma grande carreira", resumiu.
João Lagos acreditar que em 2014 João Sousa vai ter entrada direta no quadro principal do Portugal Open, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, nomeadamente este ano, em que viu o seu "wild-card" ir parar a David Ferrer, depois de ter estado umas semanas parados sem jogar.
Sobre essa escolha, Lagos mostrou-se confiante que a semana extra que teve para descansar poderá ter sido benéfica para o português, que assim teve oportunidade de recuperar da lesão contraída no pé.