Liza Sudakova vive os últimos dias de gestação sob a sombra da guerra. A mulher do médio do Benfica Georgiy Sudakov partilhou nas redes sociais uma imagem de serenidade, após o ataque que, no passado domingo, destruiu a casa da família em Kiev.
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Três dias depois do ataque russo com drones e mísseis que atingiu Kiev no domingo, Liza Sudakova partilhou uma imagem da sessão fotográfica que assinala a reta final da gravidez.
Vestida de cor-de-rosa, exibiu a barriga de quase nove meses e transmitiu a mensagem de que, apesar do medo, a prioridade é a filha mais velha, Milanka, e a bebé prestes a nascer. A publicação foi acompanhada pela música "Oh My God", de Adele, uma canção em que a artista expressa o dilema de avançar mesmo após uma queda, traduzindo fragilidade e também resiliência - um reflexo da realidade que Liza enfrenta.
Um ataque com drones e mísseis russos provocou, nesse domingo, pelo menos duas mortes e 18 feridos em Kiev. Entre os alvos esteve o apartamento de Georgiy Sudakov, contratado pelo Benfica ao Shakhtar Donetsk. O jogador encontrava-se ausente, ao serviço da seleção ucraniana, quando a mulher, a filha de três anos e a própria mãe escaparam por pouco à tragédia.
"É psicologicamente difícil"
Nas redes sociais, a jovem de 22 anos mostrou os estragos e relatou os momentos de terror. "É uma noite assustadora. Voou para a nossa casa. Graças a Deus estamos vivos", escreveu. Poucos dias antes, tinha celebrado a mudança do marido para o Benfica como "um sonho de família". Agora, permanece em Kiev por não poder viajar nas últimas semanas de gravidez.
O casal aguarda a chegada da segunda filha e a família só se reunirá em Lisboa assim que os médicos o autorizarem. Enquanto isso, Georgiy Sudakov, que completou 23 anos na passada segunda-feira, procura afirmar-se de águia ao peito, numa transferência que inclui cláusula de compra obrigatória a partir de 2026/27.
A tragédia em Kiev expôs a vulnerabilidade do clã Sudakov, que vive no epicentro da guerra enquanto o médio se divide entre os compromissos da seleção e a adaptação ao novo clube. "É psicologicamente difícil, ficas preocupado e inquieto com a tua família. Naquele momento, estavam no nono andar, o míssil atingiu o 15.º. Vocês viram as fotos... tudo ficou em ruínas", desabafou o jogador após o empate da Ucrânia, esta quarta-feira, frente ao Azerbaijão, no qual assinou o golo da seleção azul e amarela.