Ligação familiar entre Joaquim e Pedro Andrade não belisca ambições de ambos na Volta e até dá azo a brincadeiras.
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Rivais na estrada, e pai e filho fora dela. Assim é a relação competitiva e emocional entre Joaquim e Pedro Andrade, o primeiro diretor desportivo da ABTF/Feirense, e o segundo jovem corredor da Efapel. Ambos defendem interesses diferentes no pelotão desta Volta a Portugal, mas é impossível esquecerem a ligação umbilical que os une.
"Na estrada cada um tem a sua função, mas há sempre momentos, sobretudo quando surgem dificuldades, que me lembro dele. Felizmente ainda não tivemos uma situação de confronto entre os meus ciclistas e ele, mas se assim acontecer tenho de defender a minha equipa", partilhou, ao JN, o pai Joaquim. O diretor da formação de Santa Maria da Feira não revela ao filho a estratégia que prepara, mas antes da etapa há sempre uma palavra especial. "Desejo-lhe boa sorte e dou alguns conselhos, mas nada mais que isso. Ele tem de seguir as indicações do seu treinador", clarificou.
Joaquim diz que o resto da família, em casa, divide-se no apoio pelos dois, mas Pedro Andrade, que está na Volta pela primeira vez, contraria, sorridente, a ideia do pai. "Sendo ele treinador acho que preferem que seja eu, o ciclista, a ganhar", gracejou com provocação.
O jovem corredor, de 22 anos, que se inspirou nas prestações do pai, ex-ciclista, para trocar o futebol pelas bicicletas, considera que apesar de defenderem equipas diferentes aprecia o conforto de ter o progenitor por perto. "É bom ter o meu pai na estrada, é mais um apoio se precisar. Sei que também torce por mim. E se a minha equipa ganhar posso sempre brincar com isso [risos]", confessou.